O mata mata

A tradição já não é o que era e não houve surpresas nos oitavos de final do Mundial de 2010, onde passaram todos os favoritos, com destaque para a Alemanha que goleou a Inglaterra, e apesar da resistência dos Estados Unidos e do Japão, perante adversários que também não eram assim tão fortes.

Esta fase da competição ficou tristemente marcada por dois escandalosos erros de arbitragem, que desta vez tiveram como efeito o regresso antecipado a casa das equipas de arbitragem que os protagonizaram, mas que acima de tudo demonstraram de uma forma clara e efectiva como seria fácil corrigir tais disparates em tempo útil.

Vamos a ver se isto pelo menos serve para acabar com a intransigência desta gente que manda no futebol e que continua a impedir a evolução do jogo, e o caminho para uma maior verdade desportiva, que obviamente passa pela introdução dos meios tecnológicos como meio de auxilio aos árbitros, mas também pela escolha dos melhores sem olhar a outros interesses que em nada beneficiam o jogo.

Mas voltando ao futebol, as surpresas estavam guardadas para os quartos de final, a começar logo pela eliminação do Brasil, que poderia ter resolvido a questão na 1ª parte, acabando por inesperadamente deitar tudo a perder, depois de uma inesperada sucessão de tiros nos pés que os holandeses sempre fieis ao seu estilo de jogo, souberam aproveitar, mostrando a todos os que tivessem dúvidas, que também é possível ganhar aos favoritos sem ser a jogar com oito ou nove defesas.

Foi também nesta fase que se verificou a maior injustiça do torneio, que aconteceu no Gana-Uruguai, onde os africanos mercê da sua superior condição física não mereciam perder de uma maneira tão dramática como aquela, pelo que compreendo o desespero de Gyan, que se deve ter sentido atraiçoado por todos os deuses.

A Alemanha fez à Argentina aquilo que muitos já esperavam, arrasando uma selecção que deixou Macherano sozinho a correr a trás da bola, no meio dos musculados alemães. Maradona é a antítese de Queirós, e pensou que podia ganhar um jogo destes quase só com avançados, ainda por cima com uma defesa a tender para o fraquinho, o resultado foi o que se viu, e Messi juntou-se a Ronaldo na lista dos que passaram ao lado deste Mundial, apesar de haver quem tenha visto outras coisas.

A Espanha voltou a sofrer, desta vez perante um Paraguai que até me cansou só de os ver tanto correr, mas à grande capacidade de trocar e ter a bola dos espanhóis tem faltado um Torres capaz de aproveitar as brechas que inevitavelmente acabam por aparecer nas defesas adversárias. Tem lhes valido um Villa que parece destinado a ser a grande figura deste torneio, e a quem tudo está a sair na perfeição.

O Espanha-Alemanha de amanhã é uma final antecipada, enquanto hoje a Holanda parte como favorita frente a um Uruguai sem Luís Suarez. Vamos ver como é que os alemães conseguem segurar os espanhóis, e se os holandeses chegam à sua terceira final.

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