Os Campeonatos de Portugal

Recentemente o Sporting levantou a questão dos Campeonatos de Portugal deverem ser considerados títulos nacionais, uma  situação que suscitou vários comentários de gente que revelando um total desconhecimento sobre o assunto se achou no direito de achincalhar a posição assumida pelo Sporting, que como vou demonstrar aqui, não é mais do que a defesa da reposição da verdade histórica.

A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) teve origem na União Portuguesa de Futebol (UPF), que foi fundada em 1914.

Em 1922 realizou-se a título experimental o primeiro campeonato de futebol organizado pela UPF, a prova seria oficializada no ano seguinte. Os vencedores desta competição que ficou conhecida como os Campeonatos de Portugal e que se disputou até à época 1937/38, eram considerados os campeões da modalidade no nosso país, conforme é referido no site oficial da FPF. http://www.fpf.pt/pt/Institucional/Sobre-a-FPF/Hist%C3%B3ria-FPF  

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A primeira edição da prova que se disputava no sistema de eliminatórias, cingiu-se ao confronto entre os campeões do Porto e de Lisboa, mas daí para a frente a participação abriu-se aos campeões das outras Associações distritais que foram aparecendo e a partir da temporada 1926/27 as Associações principais passaram a ter mais do que um representante.

Em 1934 Portugal sofreu uma pesada derrota de 9-0 frente à Espanha, uma goleada que despoletou a discussão sobre a necessidade de tornar o futebol português mais competitivo. Assim nessa altura iniciaram-se os Campeonatos das Ligas, uma prova disputada no sistema de todos contra todos a duas voltas, à semelhança do que já acontecia há vários anos na Inglaterra e mais recentemente em França e na Espanha. Estes campeonatos realizaram-se a título experimental durante quatro temporadas, mantendo-se os Campeonatos de Portugal como a competição principal que encerrava a época nos moldes do costume. Na altura receava-se que a iniciativa não fosse financeiramente viável, o que iria depender da adesão do público e do empenho dos clubes e, para além disso temia-se pela capacidade física dos jogadores para enfrentarem épocas mais longas e desgastantes, pois não eram profissionais. 

Esta situação é relatada por exemplo na página 2 do suplemento da Revista Record-Apresentação do Futebol 95/96, num artigo intitulado “A arqueologia do nosso futebol”. 


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Ou no Diário de Lisboa de 19 de Janeiro de 1935, onde se questiona se os nossos grupos estariam preparados para suportar o esforço do somatório dos campeonatos regionais, das ligas e nacionais.
http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=05760.024.05623#!5

A própria organização das provas dessa altura é elucidativa no que diz respeito à hierarquia das mesmas. Os Campeonatos Regionais disputavam-se na fase inicial das épocas terminando em Dezembro e continuavam a ser a competição com maior tradição, tendo a importância de qualificarem os representantes das diversas Associações para os Campeonatos das Ligas. 

Na 1ª Liga participavam os quatro primeiros classificados de Lisboa, os dois primeiros do Porto e os campeões de Coimbra e de Setúbal. Os campeões dos restantes distritos ficavam na 2ª Liga, com outros clubes das Associações maiores, sendo divididos geograficamente por zonas.

A época terminava com a competição mais importante: os Campeonatos de Portugal, onde participavam os 8 clubes da 1ª Liga e os 6 primeiros da 2ª Liga. O representante da Madeira entrava nos quartos de final.

Ou seja, o Campeonato da 1ª Liga não tinha grande interesse competitivo pois todos os seus participantes estavam automaticamente apurados para a competição principal, daí que a prova fosse vista como a menos importante do calendário futebolístico nacional, na qual o Sporting, por exemplo, utilizou várias vezes jogadores das reservas. 

De resto o facto de os vencedores dos Campeonatos de Portugal ainda serem considerados campeões nacionais nas quatro temporadas em que se disputaram os Campeonatos das Ligas pode ser confirmado nos jornais da época, como por exemplo:

Os Sports de 05-07-1935  

Os Sports de 06-07-1936  

Diário de Lisboa de 04-07-1937  http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=05763.027.06562#!4


Os Sports de 05-07-1937  

Os Sports de 24-06-1938  

Os Sports de 27-06-1938  

Se alargarmos a investigação aos 13 anos anteriores, a conclusão será sempre a mesma: os vencedores dos Campeonatos de Portugal eram os Campeões Nacionais. Para não sermos exaustivos deixamos aqui apenas um exemplo.

Os Campeonatos das Ligas foram um sucesso pelo que logo surgiu uma corrente a defender que deveriam passar a ser a competição principal, mas para isso era preciso alterar os regulamentos.


Assim em 1938 a FPF procedeu a uma reforma nos seus estatutos avançando para os Campeonatos Nacionais que a partir da época de 1938/39 substituíram os Campeonatos das Ligas e passaram a ser a principal competição do país, criando simultaneamente uma nova prova no sistema de eliminatórias. Nascia assim a Taça de Portugal, enquanto os Campeonatos de Portugal passavam ao baú das memórias, sendo praticamente apagados da história, o que também interessava a um Estado Novo desejoso em ocupar a posição de fundador do desporto nacional.

No decurso da discução que decorreu quando o Sporting voltou a levantar a questão dos Campeonatos  de Portugal, circulou um documento supostamente emitido pela FPF, no qual se afirma que os Campeonatos das Ligas e de Portugal passaram a designar-se respectivamente Campeonato Nacional e Taça de Portugal.


Efectivamente essas provas continuaram a ter o mesmo formato, mudando simplesmente de nome, no entanto isso não invalida que até aí a competição mais importante que atribuía o título máximo fosse o Campeonato de Portugal, que portanto não pode ser confundido com a Taça de Portugal, que passou a ser a segunda prova mais importante do calendário nacional, da mesma forma que os vencedores dos 4 Campeonatos das Ligas não poderão ser considerados campeões nacionais por decreto.

Repare-se que essas deliberações visaram única e exclusivamente a alteração na hierarquia das provas, resultando daí uma mudança na denominação das mesmas, mas o resto ficou tudo exactamente como era antes. É portanto óbvio que se os Campeonatos das Ligas fossem a prova mais importante, não teria sido preciso mudar-lhes simplesmente o nome, podia ficar tudo como estava.

Resta acrescentar que num dos pareceres mais tarde encomendados pela FPF para deslindar este assunto, refere-se que este documento não foi encontrado nas pequisas efetuadas, restando saber donde saiu o mesmo.


De resto há que referir que o jornal Os Sports de 6 de Janeiro de 1939 publicava um artigo sobre a competição que estava prestes a iniciar-se, com o sugestivo título de "Campeonato Nacional 1938/39 - o primeiro ou o décimo oitavo?" Ou seja, a hipótese de ser o quinto, como é óbvio nem era colocada, pois ninguém contava com as Ligas experimentais.


As verdadeiras alterações só se verificaram a partir da época de 1945/46, altura em que os Campeonatos Nacionais passaram a ser provas verdadeiramente abertas, com subidas e descidas de divisão, enquanto a Taça de Portugal era alargada a cada vez mais clubes.

Com o decorrer do tempo começaram a fazer-se as contas do numero de títulos conquistados por cada clube e como o Sporting começou a ganhar muitas vezes, alguma imprensa com o jornal A Bola, do indefectível benfiquista Ribeiro dos Reis, à cabeça, resolveu para equilibrar a balança misturar os Campeonatos das Ligas com os Campeonatos Nacionais e as Taças de Portugal com os Campeonatos de Portugal como de resto já era referido no Boletim Sporting de 15-10-1949, ou nos jornais do Sporting de 08-05-1954 e de 03-07-1954.  
                                         




No final da temporada de 1975/76 o jornal A Bola resolveu distinguir os quatro clubes que de acordo com a sua contabilidade eram totalistas dos 1000 jogos até aí disputados nos campeonatos nacionais, contando como lhe convinha com os 4 Campeonatos das Ligas. O Sporting recusou-se a receber a placa comomerativa do imaginativo feito e solicitou esclarecimentos à Federação Portuguesa de Futebol, obtendo uma resposta clara e inequivoca que o seu vice presidente Nunes dos Santos publicou no Jornal Sporting do dia 9 de Junho de 1976.


No dia 21 de Julho de 1976 o Jornal Sporting publicou um documento emitido pela FPF que era taxativo em relação ao facto dos Campeonatos da Liga não conferirem o titulo de Campeão Nacional de Futebol, distinguindo também de forma clara os Campeonatos de Portugal, da Taça de Portugal e os Campeonatos da Liga, dos Campeonatos Nacionais.


Em 1980 Carlos Correia um antigo Presidente do Sporting e profundo conhecedor da história do Clube e do futebol português escreveu no Jornal Sporting um brilhante artigo onde voltava a explicar tudo:


De resto ao longo dos anos várias foram as vezes em que a questão dos campeões nacionais entre 1935 e 1938 foi colocada à Federação conforme está explicado no livro das Bodas de Diamante da FPF editado em 1989, onde se encontram várias referências a esta situação, sempre no mesmo sentido.




No entanto a mensagem da propaganda acabou por ir passando e a verdade é que os Campeonatos de Portugal foram praticamente apagados da história do futebol português, enquanto os tais Campeonatos das Ligas eram metidos nas listas dos campeões nacionais, principalmente a partir da altura em que o FC Porto se começou a aproximar perigosamente do Benfica em número de títulos conquistados, uma versão que acabou por ser adotada oficialmente pela FPF num  processo obscuro que é pouco conhecido, e hoje quando o Sporting tenta finalmente repor a verdade histórica dos factos, até é acusado de estar a tentar reescrever a história a seu favor, quando na realidade foram outros que o fizeram. No entanto uma mentira por mais vezes que seja repetida nunca se tonará numa verdade.

Imaginemos que a FPF resolvia que a partir de agora a Taça da Liga se passava a chamar Taça dos Campeões de Portugal e a ser a competição que determinava o campeão nacional. Será que os campeonatos de 1939 até 2017 seriam apagados das listas de campeões nacionais e que os vencedores da Taça da Liga desde 2007/08 passariam a ser considerados como tal? Pois parece que é isso que querem fazer em relação aos Campeonatos das Ligas e aos Campeonatos de Portugal.

É inegável que é à FPF que cabe determinar quais as competições que consignam os títulos de campeões nacionais, pelo que até podem revogar a sua própria documentação, queimar o livro das Bodas de Diamante e apagar o que está escrito no seu site, e simultaneamente transformar por decreto os Campeonatos das Ligas em Campeonatos Nacionais, mas isso é tão absurdo como se a UEFA agora viesse dizer que os clubes que ganharam a Taça dos Clubes Campeões Europeus, não foram Campeões da Europa, pois o modelo da competição foi alterado e portanto só conta a partir do arranque da Liga dos Campeões.

Resumindo e concluindo, é indesmentível que:

  1. Entre 1922 e 1938 os Campeonatos de Portugal eram a principal competição do futebol português e os seus vencedores eram considerados campeões nacionais.
  2. Nessa altura os vencedores dos 4 Campeonatos das Ligas nunca foram considerados campeões nacionais.
  3. Portanto se o Sporting tem 18 Campeonatos Nacionais, o Benfica só tem 33 e o FC Porto 26. Mas se o Benfica tem 36 como reclama, então o FC Porto tem 30 e o Sporting tem 22.
A história pode ser escrita de acordo com a cor da caneta de quem a escreve, mas os factos históricos nunca poderão ser alterados. Na idade média Galileu foi condenado pela inquisição por defender a teoria heliocêntrica, mas nem assim a igreja católica conseguiu pôr o sol a andar à volta da terra.

Comentários

  1. "A história pode ser escrita de acordo com a cor da caneta de quem a escreve, mas os factos históricos nunca poderão ser alterados. Na idade média Galileu foi condenado pela inquisição por defender a teoria heliocêntrica, mas nem assim a igreja católica conseguiu pôr o sol a andar à volta da terra."

    Obrigado por dar razão ao Benfica. Aconselho-o a dar uma vista de olhos no Troféu da Taça de Portugal e no de Campeão de Portugal, aconselho-o também a visitar o blog "Em Defesa do Benfica" pode-se ser que deixe de tentar reescrever a história...

    P.S. "Mas os factos históricos nunca poderão ser alterados". Não deixa de ser curioso um adepto do clube que como não gostou do que um historiador (sportinguista como o Rui Tovar) escreveu no seu Almanaque (que o SCP só têm 18 títulos), reescreveu o mesmo (sem a autorização do seu autor ) de modo a que a história fique a seu gosto, proferir essa afirmação... revela bem o desnorte que vai na cabecinha dos adeptos do clube que quer ser maior do que é...

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  2. Meu caro, o facto de nesse troféu estarem misturadas as placas com os nomes dos vencedores das duas competições não invalida nada do que eu escrevi. O troféu que distinguia o vencedor do Campeonato de Portugal chamava-se Taça Portugal, talvez por isso a competição que lhe sucedeu ficou com o nome de Taça de Portugal. O troféu era o mesmo, nos primeiros tempos o formato da competição também se manteve, o que mudou foi que essa competição deixou de ser a principal, ou seja aquela que apurava o Campeão Nacional e a denominação da mesma, ou como é que explica o facto de em 1938 a FPF ter procedido à tal reforma nos seus estatutos ? Seria só para mudar os nomes das competições? Obviamente que não. O objectivo era alterar a hierarquia das mesmas pois os campeonatos das ligas até aí estavam numa fase experimental e nunca foram vistos como campeonatos nacionais. Isto são factos indesmentíveis.

    Terei todo o gosto em visitar o referido blog se me der o link onde se discute este assunto.

    O Almanaque Sporting é infelizmente uma obra repleta de erros pese embora o esforço dos seus autores e esse é o maior desses erros, se o Tovar se recusou a aceitar as evidências isso já é um problema que não me interessa.

    O Sporting não quer ser maior do que é, quer apenas os títulos que lhe são devidos e que ganhou sem apitos dourados nem e-mails...

    Saudações Leoninas

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  3. Fabuloso, e quem é que ganhou títulos graças a e-mails? que eu saiba ninguém...
    Essa conversa é apenas mais uma demonstração da falta de credibilidade dos sportinguistas. Diga lá uma prova de um jogo que foi ganho com a corrupção a um arbitro, não sabe , não é? Pois é que não existe nada nos mails que fale em corrupção/coação.
    Agora por outro lado, ouve um clube que um dirigente que andou a investigar árbitros, andou a espionar os adversários, depositou 2.000 euros na conta de uma arbitro, etc... e tudo provado na justiça! e o que aconteceu a esse clube? pois, nada...

    Por outro lado, eu também poderia dizer que o Benfica também nunca ganhou títulos com autogolos de antigos jogadores, com árbitros que depois levou de viagem para Macau, com recordes mundiais de penaltis... e também nunca teve um ex-presidente (JGonçalves) a assumir que corrompeu árbitros como vocês... enfim, nada como a famosa expressão “À mulher de César não basta ser honesta, tem de parecer honesta” para aplicar aos adeptos do clube que se arma em dono da verdade e da justiça e que não passa de um clube corrupto que para ganhar não olha a meios para chegar aos fins !

    Cumprimentos

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    1. Tem toda a razão meu caro, os emails não servem de prova para nada, da mesma forma que as escutas do apito dourado também não serviram, apenas demonstram uma serie de comportamentos vergonhosos de um grupo de pessoas ligadas a dois clubes liderados por verdadeiros gangsters que acham que para ganhar vale tudo. Nada que já não soubéssemos.

      O que é mais estranho , ou talvez não, é que num clube tão grande como o Benfica, até hoje apenas o António Simões (honra lhe seja feita) tenha manifestado algum desagrado com estes comportamentos, mas atendendo a que estamos a falar de uma agremiação cuja generalidade dos adeptos apoiou até à última um tal de Vale e Azevedo que por pouco não foi reeleito por esses mesmos sócios, então nada é de espantar.

      Nem vou perder tempo a elencar as diferenças entre os casos que refere relacionados com o Sporting e aquilo de que estamos a falar, até porque meter autogolos ao barulho só revela a falta de argumentos, mas para mim a diferença fundamental é que eu e a generalidade dos sportinguistas temos vergonha de ter tido dirigentes que sujaram o nome do nosso Clube como foram os casos de Gonçalves e Cristovão, que rapidamente pusémos a andar em vez de defendermos o que é indefensável, de resto orgulho-me de ter feito parte de um movimento que obrigou Godinho Lopes a demitir-se, para bem do nosso Clube.

      Registo ainda que quanto ao assunto Campeonatos de Portugal não tem nada a dizer, pois contra factos não há argumentos e é indesmentível que aquela competição apurava o Campeão Nacional e que os 4 Campeonatos das Ligas se disputaram a título experimental pelo que só a partir da época de 1938/39 o Campeonato Nacional substituiu o Campeonato de Portugal como a competição mais importante do calendário. Podem dar as voltas que derem que não vão conseguir alterar a realidade, mesmo que a FPF o decida por decreto.

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    2. Ponto 1) Continua, como é normal das pessoas do seu clube, a proferir mentiras e sem dar um exemplo de corrupção praticada pelo Benfica. Comparar este caso com o apito dourado onde foi público a existência de casos de corrupção, é anedótico! Ainda mais anedótico é achar que o comportamento do BC e afins não é de gangster! Se calhar, para si, queimar estádios e perseguir árbitros no parque de estacionamento faz parte da sua cultura, se calhar ter adeptos como os do grupo “Rapaziada 1906” e levar adeptos para o MacDonalds para irem bater em adeptos do Benfica é motivo de orgulho…sim, não são comportamentos de gangsters mas sim de pessoas honradas… Quanto ao vale tudo, vindo de clube que propaga aos sete ventos que elegeu o presidente da Liga, que têm nas suas academias (sem jogar) jogadores filhos de dirigentes da arbitragem, que é contra fundos e ainda hoje fez mais um negócio, no mínimo, duvidoso…
      Ponto 2) Também é estranho que ninguém no Lumiar, manifeste o seu repudio pelos ataques diários do Sóraiva, dos pequenos-almoços em grupo para combinar as tácticas da pandilha na TV, das mentiras ditas em relação aos fundos, que ninguém questione a razão do BC não querer auditorias, de onde vêm o dinheiro para tanta transferência e para tantos aumentos de ordenados, etc…, mas também de adeptos que apoiaram até ao fim o Jorge Gonçalves, o Sousa Cintra, o Godinho Lopes e o Paulo Pereira Cristóvão, nada é de esperar…
      Ponto 3) Pois, a falta de argumentos, é gritante… fala em autogolos, como se tivesse sido um caso menor (e que valeu que esse jogador fosse despedido do Guimarães), e depois nem sequer consegue comentar as declarações do JGonçalves a dizer que corrompeu árbitros, pois não? Nem o depósito de 2.000 Euros numa conta de um árbitro? Quanto ao Gonçalves, nunca vi ninguém do lumiar dizer que têm vergonha dele e que ele sujou o nome do clube… sempre vi foi a defesa dele desmentindo fatos e calaram-se e fugirem quando confrontados com as evidências (a confissão dele próprio)! Em relação ao Cristovão, o “pusémos a andar” apenas se deveu a que os fatos eram tão evidentes e indesmentíveis que para não sofrerem repercussões desse caso (tão revelador da mentalidade do “para ganhar vale tudo” típica do seu clube), que daria descida de divisão por coacção, preferiram queimar o vosso antigo dirigente! Relembro-lhe também que se no Benfica não houvesse vergonha no período negro do VA, ele não teria sido expulso de sócio, como foi. Também informo-o que se a “generalidade dos adeptos o apoia-se” ele tinha ganho as eleições…ou seja, mais uma contradição no seu discurso …
      Ponto 4) Folgo em saber que encontrou o blog que lhe recomendei… essa confusão de misturar “a competição mais importante na altura” com o suceder ao campeonato nacional, só mesmo com pessoas que querem ganhar a todo o custo é que têm viabilidade…

      P.S. Certamente que, como leitor atento e participante de blogs do Benfica, já sabe que, em termos de competições, o que aconteceu em Espanha é exatamente igual ao modelo actual de Portugal e certamente que também saberá que não existe nenhum mafioso que foge do fisco, que queira alterar a história em Espanha…

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  4. Parabéns por esta excelente revisão do tema. De facto, para qualquer português vivo na altura dos Campeonatos de Portugal, campeão nacional só um: o que vencia essa competição. Infelizmente, o facto da FPF não ter sido mais clara e incisiva na altura levou a "discrepâncias" muito bem denunciadas pelo Sporting ao longo dos tempos e que agora regressam. Espero que, para memória de todos os atletas e clubes que tão arduamente lutaram para ser campeões, a FPF reconheça a sua própria documentação e os dignifique como campeões. PS: Só aqueles que sentem diferença entre 36... e 36 é que se parecem irritar com a verdade... Coisas

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    1. A excelente revisão do tema esta ao nível das revisões feitas por todos os regimes totalitários...

      "o facto da FPF não ter sido clara na altura"... bolas, ainda quer mais claro que dizer no seu relatório de 1938, que "Por virtude da reforma a que se procedeu no Estatuto e Regulamentos da federação os Campeonatos das Ligas e de Portugal passaram a designar-se, respectivamente, Campeonatos Nacionais e Taça de Portugal"...

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    2. Olá anónimo. É possivelmente a 9547467463ª vez que me falam desse documento (é a única coisa de que falam). Ponto 1 - esse documento foi escrito em 1939 (é a acta final da época 38/39) e não em 38. Ponto 2 - a mudança de designação a que esse documento alude refere-se a formato e troféu das respectivas competições e não à sua IMPORTÂNCIA que é bem explicada neste post e pelo Parreirão em 1989. Ponto 3 - Nenhum documento pode mudar o passado. Nenhum documento de 1939 pode dizer que afinal o CP de 1927/28 afinal já não existiu, muito menos uma acta de FIM DE ÉPOCA! Ponto 4 - O que está em discussão é a importância do C. Portugal entre 22 e 38 em si mesmo e não qual competição lhe sucedeu ou que troféu era entregue. O filho de D. Manuel II não foi rei, por isso D. Manuel II nunca foi rei??

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    3. Eu acho que está tudo bem explicado, mas como o anónimo e muitos outros parecem não perceber, eu volto a tentar. O facto do Campeonato de Portugal ter passado a designar-se Taça de Portugal, mantendo o mesmo formado e até se quiserem o mesmo troféu, não invalida que até 1938 essa fosse a competição principal do país, aquela que atribuía o título nacional . Da mesma forma que o facto dos Campeonatos das Ligas terem passado a designar-se Campeonatos Nacionais não os torna na competição principal durante os 4 anos em que se disputaram em fase experimental. Aliás a alteração estatutária feita em 1938 pela FPF visava exactamente a correcção da hierarquia das provas. Está tudo escrito num dos documentos que consta no livro dos 75 anos da FPF, e que está apenso à mensagem inicial. Mais do que isto só com um desenho.

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