O Bruno e mais três ou quatro

Depois da eliminação do Sporting na Liga Europa, Marcel Keizer salientou que a partir dali iria ter mais tempo para treinar e de facto a semana que antecedeu o jogo com o Portimonense foi a primeira desde há algum tempo, em que o Sporting não jogou mais do que uma vez, mas nem por isso se notaram grandes diferenças.

Durante os primeiros minutos ainda deu a sensação de que tinha voltado o Sporting demolidor das primeiras semanas de Marcel Keizer, mas depressa a equipa regressou àquele registo de passividade e com uma defesa assustadoramente permeável, de tal forma que o resultado ao intervalo até poderia ter sido 4-3 ou 5-4.

Na 2ª parte a equipa conseguiu reequilibrar-se defensivamente e Bruno Fernandes poderia e deveria ter arrumado a questão mais cedo, mas se há jogador que merece toda a compreensão da parte dos Sportinguistas é ele e mais nenhum, este sim um Bruno à Sporting.

O resto é aquilo que eu referi no artigo anterior, escapa muito pouco. Sebastián Coates que não jogou, Marcos Acuña sem dúvida, principalmente se perceber que tem de se controlar, Jérémy Mathieu que infelizmente está a dar as últimas, os brasileiros Renan, Wendel e Raphinha, todos ainda em fase de afirmação mas com bons indícios e é claro o Bas Dost que não tinha medo de rematar à baliza, porque aquele que jogou no domingo até faz lembrar um seu conterrâneo que acabou de ser despachado para a Coreia, mas diga-se que se a alternativa é Luiz Phellype, então eu vou ali e já venho.

De fora ficou Cristián Borja que tem dado boas indicações, tal como voltou a acontecer com Idrissa Doumbia, que me parece um daqueles que mais poderá beneficiar com mais tempo de treino e adaptação à equipa, podendo trazer muitas vantagens em relação a Nemanja Gudelj, um jogador muito passivo para jogar a trinco e pouco dinâmico para jogar mais à frente.

Stefan Ristovski e Tiago Ilori são um susto permanente, o macedónio só marca com os olhos, enquanto o outro às vezes nem isso e no ataque continuo sem perceber o que é que vêem em Abdoulay Diaby para além da velocidade, mas aí temos o Carlos Nascimento e o Ancuiam Lopes.

O pior é que quando se olha para a equipa de sub 23 que ganhou na 2ª feira por 3-2 ao Braga, o panorama não é menos assustador, mas mesmo assim eu dava mais oportunidades ao Thierry Correia e ao Bruno Paz e tentava recuperar o Jovane Cabral, porque do resto sobra o Luís Maximiano desde que haja alguém com a coragem do Paulo Bento.

Enfim, é com isto que Marcel Keizer tem de atacar o 3º lugar e construir uma equipa que daqui por um mês seja capaz de um milagre na Taça de Portugal, o Bruno e mais três ou quatro.