O Sporting empatou no Dragão, um resultado justo, mas que atendendo a tudo o que aconteceu nos instantes finais do jogo, acaba por ter um sabor amargo, até porque não só se perdeu uma excelente oportunidade de rebentar por completo um balão murcho que os portistas tentam por todos os meios encher, como se desperdiçou a possibilidade de dar ainda mais ar ao nosso balão, que apesar de remendado lá vai subindo mais alto do que os outros.
O jogo teve uma 1ª parte em que o Sporting mostrou a sua superioridade, perdendo o controlo apenas durante um pequeno período, depois de um disparate de Gonçalo Inácio, que animou as bancadas, que Geovany Quenda se encarregou de calar logo de seguida.
Na 2ª parte o Sporting foi obrigado a recuar à medida que o treinador do Porto foi arriscando, primeiro subindo as linhas e depois metendo mais gente na frente, obrigando finalmente Rui Silva a jogar e bem, ao que Rui Borges foi respondendo como podia, porque depois de ter perdido João Simões ainda na 1ª parte, ficou com poucas soluções no banco, onde tinha dois jogadores que só podiam jogar meia hora e outro que chegou esta semana.
Estava-se a ver que a equipa precisava de ser refrescada, mas quando Hidemasa Morita e Viktor Gyökeres entraram, já quase aos aos 70 minutos, percebeu-se porque é que tinham ficado de fora, pelo que a solução acabou por ser o recuo de Zeno Debast para uma linha de 5 defesas, no regresso ao modelo de jogo de Amorim, isto antes da entrada de Matheus Reis para o lugar do amarelado Maxi Araújo.
Mesmo assim o FC Porto só conseguiu empatar aos 93.23' numa altura em que Francisco Trincão e Geovany Quenda já estavam todos rotos, como se viu no lance do golo do empate em que o segundo já só conseguiu acompanhar com os olhos o avanço da ala direita portista.
O que se seguiu foi o pior do jogo. Compreendo que é preciso muita coragem para marcar um penálti contra o Porto no Dragão e no último minuto de um clássico que está empatado, basta ver o que aconteceu quando o árbitro deu por terminado o jogo, depois do tal penálti que foi transformado em canto, o que aconteceu aos 94.42', com eles a pedirem à força mais tempo para tentarem ganhar contra 9.
O que já não se percebe é que Tiago Martins bem sentado na cidade do futebol não tenha querido marcar o penálti, depois de quase 3 minutos a ver e a rever o lance, isto já não é falta de coragem, é falta de outra coisa. A não ser que agora nos venham dizer que quando um defesa toca na bola, a seguir pode varrer o avançado.
Bem arrependido deve estar o João Pinheiro por não ter dado menos 1 minuto, porque depois desse lance descontrolou-se, ao ponto de ter mostrado dois amarelos ao mesmo jogador sem dar por isso, pelo que teve de ser alertado para o expulsar. Não contente ainda foi na palhaçada do Fábio Vieira numa confusão que os árbitros costumam resolver salomonicamente com um amarelo para cada lado, e aproveitou para expulsar Ousmane Diomande. É verdade que os nossos jogadores já sabem o que é que a casa gasta e por isso tem de ter cuidados acrescidos, mas ás vezes é demais, principalmente quando se vê um jogador como o Samu sempre a protestar efusivamente e de cabeça perdida a empurrar os adversários, sem que nada lhe aconteça.
É por isso que é muito difícil ganhar no Dragão. Nos últimos 5 clássicos naquele estádio o Sporting teve 8 expulsões e a última vez que lá ganhou foi em Abril de 2016. Desde aí foram apenas 4 empates em 11 jogos. Desta vez foi por um cabelo e por um cisco no olho do melhor VAR do mundo e arredores, mas no fim o empate aceita-se e dadas as circunstâncias não é assim tão mau como isso.
É verdade que foi contra o pior FC Porto de que eu me lembro, mas foi por esgotamento de um grupo completamente espremido e com a arbitragem do costume. Mesmo assim, ainda sobram 4 pontos de vantagem para guardar nos 11 jogos que faltam até ao "derby" da Luz. Vão ser precisas ainda mais algumas grandes atuações dos pinheiros, dos tiagos, dos narcisos e dos cláudios da nossa pobre arbitragem e mesmo assim não sei se vão conseguir.
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