A importância da Taça da Liga


Em 10 dias o Sporting de Rui Borges conseguiu ganhar ao Benfica e ao FC Porto e só não ganhou em Guimarães por culpa própria. Esse foi precisamente o tempo que João Pereira levou para ser goleado pelo Arsenal e perder com o Santa Clara e o Moreirense.

No entanto julgo que nenhum Sportinguista estará totalmente convencido de que a equipa já ultrapassou a ressaca da saída de Amorim, o que é perfeitamente compreensível, afinal estávamos a ficar habituados não só a ganhar, como a apresentar um futebol que nos últimos tempos até chegava a ser brilhante, de tal forma que quando nos sentávamos no sofá, ou nas bancadas, transpirávamos confiança.

Depois do falhanço rotundo da aposta numa sucessão de continuidade, Rui Borges cortou a direito apostando no seu 4x4x2, com todas as dificuldades inerentes ao facto do plantel ter sido construído para um modelo totalmente diferente, daí que ninguém possa exigir que a equipa já esteja afinada, mas mesmo assim penso que aquela primeira meia hora do jogo em Leiria foi uma miséria a tender para o inaceitável.

Depois quando a capacidade do FC Porto de pressionar alto começou a falhar, a superioridade do Sporting em termos individuais veio ao de cima e no fim apesar da equipa ter recuado demasiado na defesa da vantagem conseguida, a verdade é que os portistas nunca foram capazes de ameaçar verdadeiramente a baliza leonina.

Este é realmente o pior FC Porto de que eu tenho memória e o facto deles estarem à beira de se isolarem no comando do Campeonato, é revelador do nível mediano do futebol português e do momento menos bom que os dois grandes de Lisboa atravessam.

Para já Rui Borges parece ter duas coisas importantes para se safar: o bom relacionamento com os jogadores e aquela estrelinha de que o Ruben Amorim muitas vezes falava, sendo que se calhar uma coisa está relacionada com a outra.

O que não me tem parecido tão bem são as mexidas na equipa, regra geral tardias. Ontem o Geovany Quenda, que na minha opinião já é um dos melhores elementos deste grupo, até ficou no banco e só entrou cedo porque um companheiro se lesionou, enquanto o Geny Catamo foi novamente titular, sem apresentar grande rendimento. 

Conrad Harder voltou a só entrar à beira do fim, quando me parece que neste sistema casaria muito bem com o super Viktor Gyökeres, até porque o Francisco Trincão, além de esgotado, não é propriamente um jogador com características para jogar como segundo avançado.

Estranha também foi a substituição de Iván Fresneda, que defensivamente voltou a mostrar ser muito competente, numa altura em que Geny Catamo me parecia completamente nas lonas.

Compreendo que o homem não tem muitas opções, mas há coisas difíceis de entender. De qualquer forma o objetivo foi alcançado e agora só falta ganhar a Final, o que seria não só importante tónico anímico para um grupo ainda em fase de reafirmação, como também um forte abalo no nosso velho rival. Nunca a Taça da Liga terá sido tão importante.

 

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