Um cheirinho daquele Sporting


O Sporting quebrou o enguiço depois de uma inesperada serie de quatro derrotas, com uma vitória por 3-2 sobre o Boavista, um resultado enganador num jogo em que já cheirou ao futebol do início da época, mas que acabou com muita intranquilidade e algum nervosismo resultante dos fantasmas do passado recente.

Pode-se dizer que o Sporting fez um bom jogo até meio da 2ª parte, com várias oportunidades criadas e 3 golos marcados, sendo de realçar que o grupo não se deixou abater pela forma como consentiu o empate por duas vezes, reagindo de imediato e recuperando a vantagem rapidamente, mas depois do 3-2 o cansaço e a ansiedade apoderaram-se da equipa, que acabou encolhida com medo do infortúnio que ultimamente dela se apoderou.

João Pereira tinha dito que para ganhar só faltava que a bola começasse a entrar, mas parece-me evidente que também é preciso não oferecer tantos golos, sendo que aqui está a fazer falta um guarda redes de equipa grande, daqueles que nas poucas vezes em que é chamado a intervir, resolve as eventuais falhas dos seus companheiros, que diga-se que também tem sido mais do que aquilo que é admissível.

É verdade que as lesões tem sido muitas, mas se a ideia de colocar Geovany Quenda a fazer de Pote não me parece má e se João Simões até tem condições para ganhar um lugar de destaque no meio campo, na defesa as constantes trocas estão a causar muita instabilidade e quando os guarda redes também não ajudam, a coisa complica-se. É algo a rever para além do tablet que tanto incomoda alguns.

Esta vitória era mais do que obrigatória, pois o Boavista é das equipas mais fracas do campeonato, mas faltou engordá-la e no fim ficou aquela imagem de um Sporting ainda muito afetado pela mudança de treinador, pelo que os próximos dois jogos são fundamentais para recuperar confiança e encarar o "derby" num ambiente favorável, pois só com vitórias é que João Pereira poderá conseguir fugir do ponto de mira dos predadores do costume. Vai ser uma semana longa para o treinador do Sporting.

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