Ficou feio


O Sporting foi goleado pelo Arsenal, num jogo em que era normal perder, mas perder assim ficou feio, isto apesar da equipa não ter abdicado dos seus princípios de jogo e de até ter tido mais posse de bola, mais remates e mais cantos do que o seu adversário, que é uma das melhores equipas de um campeonato de um nível superior e que naturalmente tem outros recursos.

O resultado final foi pesado, mas também muito enganador, de tal forma que até se poderá dizer que a diferença esteve nos guarda redes, com Raya a defender tudo o que havia para defender, enquanto Franco Israel teve responsabilidades nem alguns golos.

A equipa entrou mal, cometeu muitos erros na defesa e sofreu golos nos momentos chave, o primeiro muito cedo que trouxe intranquilidade, o terceiro em cima do intervalo, a arrumar a questão e, o quarto no melhor período da equipa, quando o 2-3 parecia possível.

O lado esquerdo da defesa foi um buraco, com Maxi Araújo pouco disponível para ajudar Gonçalo Inácio e nem mesmo a colocação de Hidemasa Morita na meia esquerda, conseguiu resolver este problema, acabando por agravar o desequilíbrio no meio campo, até porque Marcus Edwards está muito longe de ser um Pote capaz de se desdobrar entre as posições de interior esquerdo e de terceiro médio, daí que me pareça que neste jogo mais valia ter-se apostado em Matheus Reis como ala, no lugar do uruguaio.

Também se poderá dizer que João Pereira demorou muito a mexer na equipa, embora as justificações do treinador leonino quando afirmou que não vira motivos para fazer substituições, porque o Sporting entrara muito bem na 2ª parte, também façam sentido, mas atendendo ao que atrás referi em relação a Marcus Edwards, a entrada de Daniel Bragança ao intervalo poderia ter sido uma boa opção. 

Do que eu não gosto é de substituições a poucos minutos do fim quando se está a perder, mas não pude deixar de reparar na vontade com que João Simões entrou em campo, mesmo sabendo que já não teria tempo para mudar nada.

Independentemente de tudo isto, a verdade é que se a goleada ao Amarante foi um sinal positivo nesta fase de transição e esta derrota pesada pode adensar as dúvidas sobre as capacidades de João Pereira, estes dois jogos foram apenas uma espécie de aquecimento para o novo Sporting, só que daqui para a frente vai ser mesmo a valer e já não haverá margem de erro para um treinador em fase de afirmação, embora se devam evitar as comparações com o seu antecessor, principalmente em matéria de comunicação, coisa que eu vi muita gente a fazer ontem e que não faz nenhum sentido.

Venham de lá pois os jogos a valer.




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