O Sporting escorregou, mas não caiu


O Sporting trouxe um precioso pontinho da Holanda, num jogo que ficou marcado pelas dificuldades que a equipa teve em sair a jogar, perante um PSV sempre a pressionar alto com 6 jogadores, às vezes 7, obrigando os Leões a uma quantidade pouco habitual de erros, que só por alguma falta de jeito no momento do remate, é que não resultou numa vitória clara da equipa da casa.

Desta feita Rúben Amorim optou por Geny Catamo na posição de interior, ou médio esquerdo, mas mais uma vez ficou demonstrado que Pedro Gonçalves será talvez o jogador mais difícil de substituir nesta equipa, pelo que a entrada de Daniel Bragança terá sido tardia, mas mexeu com o jogo, pois o médio leonino conseguiu equilibrar a equipa que passou a ter mais bola, embora beneficiando também da inevitável quebra física dos holandeses, pois ninguém aguenta aquele ritmo um jogo inteiro.

A diferença de intensidade e de agressividade entre as duas equipas foi enorme e foi esse o segredo da superioridade patenteada pelos holandeses, que diga-se que também beneficiaram de um árbitro muito permissivo para um lado e rigoroso para o outro.

Na primeira hora de jogo o Sporting raramente conseguiu sair a jogar, sendo obrigado muitas vezes a recorrer aos passes longos para um Viktor Gyökeres sozinho e bem marcado por Flamingo, pelo que me pareceu que o jogo estava a pedir mais musculo lá na frente, como se confirmou com a entrada de Conrad Harder, que quase conseguiu ganhar o jogo já à beira do fim, numa altura em que os jogadores do PSV já não tinham pilhas.

Estranha foi a quantidade de vezes que os jogadores do Sporting escorregaram, ao ponto de no final do jogo Viktor Gyökeres ter procurado as câmaras para ironicamente dizer "nice skating here", mas a verdade é que a escolha dos pitons também terá tido alguma coisa a ver com tanto espalhanço, como de resto Rúben Amorim implicitamente o reconheceu.

É caso para dizer que o Sporting escorregou, mas não caiu.




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