Assim, o Sporting passou a defender com uma linha de 4, o que dava mais liberdade ao ala direito permitindo a explosão de um miúdo como o Geovany Quenda. Do outro lado, o Nuno Santos sempre que a equipa passava para a fase de ataque subia deixando de ser defesa esquerdo para se transformar no ala desse lado, o que era compensado, sempre que necessário e principalmente na saída de bola desde trás, com o recuo do Hidemasa Morita.
Para além disso, na fase de ataque, o Pedro Gonçalves deixava de ser o médio esquerdo e ganhava liberdade para se transformar num terceiro avançado, ou médio ofensivo.
É claro que era preciso tempo para afinar isto tudo, mas a equipa até deu boas indicações nesses jogos, pese embora as dificuldades do Francisco Trincão em adaptar-se à posição de segundo avançado, ele que julgo estaria destinado a jogar na ala direita e do Geny Catamo em jogar na ala esquerda para onde foi desviado depois da lesão do Nuno Santos.
Mesmo assim poderíamos e deveríamos ter goleado o Porto não fossem os erros individuais, primeiro do Zeno Debast e no fim do Vladan Kovacevic, sendo que pelo meio ainda nos aconteceu uma daquelas coisas que os sportinguistas costumam dizer que só nos acontecem a nós, quando o Viktor Gyökeres falhou o 4-1 que arrumava a questão e logo a seguir levámos dois golos de rajada que tudo mudaram, principalmente em termos anímicos.
Com esta dolorosa derrota, sem o desejado segundo avançado e sem o Nuno Santos, o Rúben Amorim resolveu jogar pelo seguro e recuperou o 3x4x3 em que a sua equipa está rotinada, o que deu para sarar as feridas, principalmente porque os três homens da frente já estão em muito boa forma e foi assim que a equipa desatou a marcar golos no meio de uma enxurrada de futebol de ataque, recheado de muita criatividade e qualidade técnica.
No entanto defensivamente a coisa já não parece tão bonita, pois o Ousmane Diomande ainda se está a adaptar ao lugar de central do meio, o Geovany Quenda fica mais preso e vai ter de aprender a jogar como lateral quando for preciso defender a 5 e o Geny Catamo continuou a ter algumas dificuldades no lado esquerdo, um problema que, entretanto, deve ficar resolvido com o regresso do Nuno Santos e a contratação do Maxi Araújo.
Agora contra o Porto estou algo curioso em perceber quem vai jogar nas alas, sendo que não me espantaria que o Geny Catamo jogasse na direita, ou o Matheus Reis na esquerda, mesmo que a aposta no Geovany Quenda e no Nuno Santos, em simultâneo, possa ser um indicador de grande confiança na equipa, uma espécie de “a melhor defesa é o ataque”, sendo que no entanto e por agora, o nosso ponto fraco está lá atrás, até porque o guarda redes também já deu umas abébias.
É muito importante ganhar este jogo, principalmente em termos anímicos, mas depois ainda ficam a faltar dois dias para o fecho do mercado. Se o grego vier, acredito que o Rúben Amorim recupere o seu plano inicial, até porque não se vai enterrar mais de 20 milhões num jogador para o banco. Caso contrário acho que seria melhor procurar uma oportunidade de mercado, mesmo que seja por empréstimo, porque sinceramente não me parece que o Rafael Nel ou o Rodrigo Ribeiro estejam preparados para fazerem de Paulinho.
No entanto, conhecendo o Rúben Amorim, acho que ou vem o grego ou não vem ninguém, pelo menos até Janeiro. Resta-nos rezar para que o Viktor Gyökeres para além de ser à prova de placagens e caneladas, também seja à prova de pragas.
Os próximos dias serão, pois, de alguma ansiedade e nervosismo para os sportinguistas. Esperemos que corra bem. Eu tenho razões para acreditar, vamos ver.
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