Campeões também no Hóquei em Patins


O Hóquei em Patins foi durante muito tempo a única modalidades onde Portugal estava entre os melhores do mundo e sendo assim é natural que sempre tenha sido alvo de uma especial simpatia dos portugueses e de alguma atenção da parte da comunicação social.

Sou do tempo em que acompanhávamos os jogos através dos relatos radiofónicos e o Hóquei em Patins era a única modalidade para além do Futebol que tinha direito a essa cobertura e assim foi pela rádio que vibrei com as grandes vitórias da Equipa Maravilha ao serviço do Sporting e da Seleção Nacional.  

Mais tarde quando as transmissões televisivas começaram a tornar-se mais frequentes, o Hóquei também teve direito a algum acompanhamento da parte da RTP que na altura era a única televisão em Portugal.

Quando vivi em Lisboa cheguei a ver alguns jogos no velho Pavilhão de Alvalade, que pouco tempo depois foi demolido, mas sem dúvida que o Hóquei ao vivo é outra coisa, pois na televisão às vezes não se consegue ver a bola.

Entretanto com o chamado "Projecto Roquete" o Hóquei em Patins foi uma das muitas modalidades que deixou de ser praticada no Sporting, até que em 2010 um projeto liderado pelo Engenheiro Gilberto Borges reativou o Hóquei leonino, embora inicialmente apenas como secção autónoma.

Seria a Direção de Bruno de Carvalho a recuperar o Hóquei em Patins enquanto modalidade oficial do Sporting e mais do que isso a encetar uma ambiciosa politica de contratações que permitiu que o Clube voltasse  a discutir e a ganhar títulos nacionais e internacionais.

Essas vitórias reconquistaram-me enquanto espetador do Hóquei e nesta época acompanhei regularmente os jogos da equipa de Paulo Freitas, principalmente na gloriosa ponta final da temporada, que culminou com a conquista dos títulos de Campeão Europeu e Nacional.

Nesta época a FPP resolveu introduzir os play-offs que permitiram ao Sporting chegar à Final frente ao FC Porto, que ficara em 1º lugar na fase regular da prova, durante a qual o Sporting foi atacado por um surto de covid 19, que se abalou a melhor equipa de futebol do mundo e arredores, também terá feito mossa num grupo com apenas uma dúzia de jogadores.

Admito que os portistas se queixem desta alteração que lhes custou o título, mas a verdade é que os play-offs para além de um acréscimo de emoção e espetacularidade que trouxeram àquele que já é o melhor campeonato do mundo desta modalidade, mostraram que o Sporting era de facto a melhor equipa. 

Os Leões que na fase regular tinham ganho aos portistas no Pavilhão João Rocha e empatado no Dragão Caixa, e que também tinham derrotado o FC Porto na Final da Liga Europeia, confirmaram agora a sua superioridade vencendo duas vezes na casa do seu adversário, depois de uma vitória para cada lado nos jogos iniciais desta Final, que parece ter sido desenhada para ser resolvida no quarto jogo, desprezando o valor da hipotética "negra" que efetivamente não se realizou.

Só que saiu tudo ao contrário, pois o Sporting que já não ganhava na casa do FC Porto há 44 anos e que nunca tinha ganho neste "Dragão Caixa", foi lá ganhar, não uma, mas duas vezes seguidas, a última da quais de forma épica, com Ângelo Girão a defender um penálti inventado pela equipa de arbitragem a 8 segundos do fim, evitando assim que o jogo fosse para prolongamento e selando a conquista do 9º titulo de Campeão Nacional de Hóquei em Patins, que fechava em beleza uma época histórica para o Sporting Clube de Portugal, definitivamente a maior força desportiva  do País.


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