O desconfinamento do futebol

O assunto na ordem do dia é a retoma das competições, particularmente no futebol de alta competição, o que em Portugal passa essencialmente pela 1ª Liga.

Na minha opinião qualquer que seja o caminho tomado nesse sentido, a verdade desportiva deste campeonato estará sempre ferida, pelo que me parece que a melhor solução seria aquela que já foi tomada em países como Holanda e França, que pura e simplesmente deram por encerrada a época sem atribuição dos respectivos títulos, nem descidas, ou subidas de divisão, anulando a temporada e atribuindo os lugares europeus de acordo com a classificação no momento em que as competições foram interrompidas.

É claro que haverá sempre quem se queixe de alguma injustiça, mas vivemos uma situação de excepção e todos estamos a ser de uma forma, ou de outra, afectados por esta pandemia, pelo nada que se decida será uma solução perfeita.

No entanto a grande questão neste momento, não só no desporto, mas em praticamente todos os sectores, é a de se encontrar um certo equilíbrio entre as questões de saúde e a parte financeira, pelo que é aqui que entramos no outro lado do problema.

No caso do futebol a altice já veio dizer que não vai pagar por um conteúdo que não existe, não deixando de ser curioso que quando a SportTV perdeu vários conteúdos para a Eleven Sport, aquela empresa não tenha alterado os preços já de si muito altos, até comparando com o que se pratica por essa Europa fora.

Enfim, os clubes já de si aflitos, precisam do dinheiro para sobreviver, pelo que compreendo que queiram jogar o mais depressa possível, mas vai ser uma operação de algum risco, pelo que talvez fosse boa ideia esperar para ver o que vai acontecer por exemplo na Alemanha, onde se diz que a bola irá rolar já no próximo mês. Isto já para não falar na possibilidade do desconfinamento que vai começar para a semana não correr da forma como todos desejamos.

A parte mais engraçada foi assistir ao desfile dos Presidentes dos três grandes muito amistosamente a caminho da reunião com o 1º ministro (esse mesmo, o Costa, não o dos e-mails), só foi pena não podermos ver a cara do trolha de Braga quando percebeu que não fazia parte deste campeonato.

Por falar em Braga, mais uma vez o Sporting ficou muito mal na fotografia no caso do pagamento da clausula de rescisão do Amorim, embora também tenha de se dizer que a própria FIFA parece estar a legitimar estes atrasos, como aconteceu com o Sport Recife no pagamento do passe de André.

Enfim, se alguma coisa boa para o futebol que pode sair daqui, é uma certa contenção nesta verdadeira loucura em que se tornou o mercado de transferências que só serve para encher as algibeiras dos comissionistas e lavar dinheiro sujo, mas para já que se cumpram os contratos vigentes.

Até lá aguardemos pelo desenrolar de toda esta confusão.


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