O fecho do mercado

Os últimos dias do mercado foram particularmente agitados lá para os lados de Alvalade, com vários acertos no plantel que tiveram como fio condutor a vertente economicista da coisa. Ou seja, como não há dinheiro nem soluções, a ordem é vender e poupar onde for possível.

Sendo assim Bas Dost foi vendido a preço de saldo, porque segundo o Presidente do Sporting custava quase 10% do orçamento da SAD. Era caro sim senhor, mas garantia muitos golos. No entanto eu até aceitaria esta venda dentro da política miserabilista desta Direção, desde que fosse contratado um jogador necessariamente mais barato para o lugar do holandês, um homem que pudesse ser alternativa a Luiz Phellype.

No entanto e apesar desta venda estar no programa já há várias semanas, a verdade é que a SAD não foi capaz de contratar ninguém para o lugar e pior do que isso Frederico Varandas veio dizer que Jesé Rodriguez era um avançado centro e portanto seria ele o homem que iria compensar a saída de Bas Dost, declarações que obviamente foram usadas contra o Presidente do Sporting porque o espanhol a única coisa que pode ter em comum com o holandês será o seu alto vencimento, o que afinal foi a razão apontada para o parco negócio feito com o Eintracht Frankfurt.

Resumindo e concluindo, o nosso ataque ficou claramente mais fraco e ou muito me engano, ou no final da temporada a soma dos golos marcados por todos os avançados do Sporting, incluindo os alas ou extremos, não chegará aos 30 a que Bas Dost nos habituou.

Para além do holandês também foi vendido Raphinha, mas aqui 21 milhões parece-me ser um bom preço por um jogador que sendo titular, também não era nada do outro mundo, isto para além de jogar numa posição onde há muito por onde escolher em Alcochete, logo a começar por Gonzalo Plata, um miúdo que me deixou muito boa impressão na pré época, passando também por Rafael Camacho que se custou 5 milhões foi certamente por acreditarem no seu valor e ainda Jovane Cabral a quem parece faltar qualquer coisa, mas que já deu boas indicações na temporada anterior, isto já para não falar na rapaziada que está na rampa de lançamento, com Joelson Fernandes à cabeça.

Há ainda Fernando, que vem por empréstimo sem opção de compra, uma coisa que não se percebe bem, pois não faz sentido estar a valorizar jogadores do Shaktar, com tantos iguais ou parecidos cá por casa, isto sem esquecer o tal Jesé Rodriguez que há uns anos atrás muito prometia jogando das alas para dentro.

No entanto este espanhol tem um perfil que me deixa logo de pé atrás, um pouco à semelhança de Luciano Vietto. São jogadores que muito prometeram, e chegaram a clubes do topo onde no entanto falharam, entrando numa fase descendente dos seus percursos, em que continuam a ganhar muito dinheiro mas já lhes falta motivação e só em raras excepções é que conseguem relançar as suas carreiras, com a agravante de no caso de Jesé Rodriguez haver também um historial de mau profissionalismo à mistura.

A terceira contratação foi um tal de Yannick Bolasie que não conheço. Parece que vem para substituir Abdoulay Diaby e pior do que este não há-de ser. Neste caso há uma opção de compra fixada em 4 milhões, o que deixa alguma margem de manobra para se decidir no fim o que fazer, sendo que o bom, bom, era conseguir despachar de vez o fraco-maliano, mas para isso era preciso que ele engatasse lá na Turquia. O resto logo se vê, mas não é por aqui que a coisa correu mal.

A grande surpresa deste fim de marcado foi mesmo a venda de Thierry Correia. 12 milhões € por um rapaz que ainda só tinha feito 7 jogos pela equipa principal do Sporting, é um daqueles negócios que só o melhor empresário do mundo e arredores consegue fazer, sempre com os clubes do costume. Foi assim que agarrou jogadores como Bernardo Silva ou Cancelo, com grandes prejuízos para os nossos vizinhos, mas também foi assim que ele vendeu o Cavaleiro e outros, que nem metade valiam.

Enfim, por enquanto ninguém pode garantir se este negócio do Thierry Correia foi bom ou mau, mas eu não posso ficar satisfeito ao ver o Jorge a meter a colher em Alcochete, porque o que ele quer já todos sabemos. A verdade no entanto é que esta Direcção não tem soluções financeiras para resolver os problemas que herdou e portanto agarra-se a tudo que flutua, e neste caso nem era um pequeno tronco, portanto eles não podiam dizer não, resta saber o preço que vão ter de pagar no futuro.

Quanto ao presente e depois destas trocas todas, continuamos sem alguém que saiba defender naquele maio campo, a não ser que Rodrigo Battaglia regresse finalmente e ficámos sem o nosso melhor avançado, com a agravante de Luiz Phellype passar a ser filho único neste plantel, um filho que não é propriamente um prodígio. Ou seja, não se melhorou nada, antes pelo contrário.




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