Missão impossível

Com um treinador recém chegado a quem foi incumbida uma missão que parece impossível, vários jogadores em dia de estreia e sem um único homem de área, não se podia pedir a este Sporting uma grande exibição, e as coisas ainda se complicaram mais quando a equipa se viu a perder logo no princípio do jogo, graças a uma momento de inspiração de um tal de Marlon, depois de uma oferta de Wendel.

Do jogo em si a única coisa positiva que posso encontrar foram as aparentes melhorias do Sporting em termos defensivos, embora isso também possa estar relacionado com o facto do Boavista ter marcado cedo, encostando-se lá atrás para segurar o resultado muito à custa de uma marcação duplamente cerrada a Bruno Fernandes, que mal tocava na bola era ceifado por Ackah e companhia, com protecção do Sousa, mas a este artista já lá vamos.

Para além disto o interesse deste jogo resumiu-se à acção dos estreantes, com Yannick Bolasie e Valentin Rosier a darem boas indicações. O avançado é um jogador possante e lutador e pelo menos mostrou muita vontade, isto apesar de ter de fazer o papel de avançado centro, que não se ajusta bem às suas características, enquanto o lateral pareceu muito seguro e com disponibilidade física para subir no terreno. Aparentemente são dois reforços com que se pode contar.

Decepcionante foi a exibição de Gonzalo Plata que nunca conseguiu encaixar na equipa, de tal forma que eu não percebi porque é que o rapaz só foi substituído à beira do fim.

Em relação a Jesé Rodriguez já não falo de decepção, pois para dizer a verdade não estou à espera de nada de especial deste jogador, que ontem deu mais nas vistas pelo seu aspecto anafado, do que por outra coisa qualquer que pudesse estar relacionada com o jogo.

Vamos então regressar a Jorge Sousa, que é sem dúvida um bom árbitro, daqueles que sabe-a toda, mas que tem um problema mal resolvido com o Sporting, se calhar é aquela conversa com o Stojkovic que lhe valeu um castigo que ele não terá digerido.

Num jogo em que foi o Sporting quem teve quase sempre a iniciativa e tendo do outro lado uma equipa à Vidigal, que se fartou de distribuir fruta, houve um equilíbrio em numero de faltas e em amarelos o Sporting goleou por 6-2, com o jogador que mais porrada levou a acabar por ser expulso por ter cometido uma falta à entrada da área do Boavista.

Pelo meio Bruno Fernandes foi ceifado por de trás várias vezes, isto já para não falar num pisão que  Wendel levou ainda na 1ª parte, tudo isto perante a simpática complacência do homem do apito, que em matéria de faltas também usou a mesma dualidade de critérios que muito ajudou a equilibrar a balança deste jogo, que teve apenas 4 minutos de compensação, isto apesar de Ackah ter sido assistido três vezes dentro do campo e do VAR ter analisado um lance em que o fiscal de linha anulou, e bem, um golo ao Boavista. Basta comparar com o que aconteceu duas horas antes em Portimão e estamos conversados.

O que me espanta, ou talvez nem por isso, é que à excepção de uma curta declaração de Beto, ninguém se atreve a chamar o boi pelo seu nome e na imprensa em geral o homem até é elogiado. Parece impossível, mas é verdade e assim o difícil torna-se mesmo impossível.




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