Um Sporting diferente

Depois da derrota com o Villarreal, o Sporting recebia o Braga num jogo de elevado grau de dificuldade, pelo que foi sem surpresa que Marcel Keizer recorreu àquele que é neste momento o seu onze base, introduzindo no entanto algumas variantes tácticas, com Cristián Borja a fechar mais por dentro, formando uma linha de três defesas comandada por Sebastián Coates e com Tiago Ilori a descair para a direita, dando espaço para que os dois alas subissem no apoio ao ataque, onde Abdoulay Diaby deixou de estar colado à linha, ganhando liberdade para se movimentar de acordo com o que são as suas características, enquanto no meio campo Wendel e Bruno Fernandes inverteram as suas posições, com notórias vantagens para ambos, principalmente para o brasileiro, que terá feito a sua melhor exibição desde que chegou a Portugal.

No entanto o Sporting não teve uma boa entrada no jogo, com a equipa a revelar-se algo intranquila e ás vezes parecendo até estar com medo de ter a bola. No entanto para variar desta vez o Sporting não levou aquele golo da ordem, embora Esgaio tenha tido uma boa oportunidade para marcar, o que certamente teria tido efeitos devastadores perante umas bancadas visivelmente nervosas e com as guerras do costume, promovidas pelos grupos habituais, mais preocupados em defender outros interesses do que propriamente o Clube.

Com o tempo a equipa lá foi assentando o seu jogo e quando Bruno Fernandes voltou a transformar um livre com mestria, já Tiago Sá tinha evitado o golo por duas vezes, pelo que a vantagem levada para o intervalo era inteiramente merecida.

Um golo logo a abrir a 2ª parte e o 3-0 antes que Abel conseguisse encontrar maneira para contrariar as surpresas apresentadas por Marcel Keizer, foram o tónico perfeito para uma vitória estranhamente tranquila, de tal forma que no fim nem o trolha foi à sala de imprensa fazer as tristes figuras do costume, nem o ressabiado destilou o seu ódio ao Sporting, reconhecendo mesmo que o seu adversário tinha sido melhor.

Uma palavra para a arbitragem de Jorge Sousa que é sem dúvida um dos melhores árbitros portugueses, mas sabe-a toda. Dualidade de critérios gritante nas faltinhas e nos cartões, mas nos lances chave defendeu-se e até podia ter mostrado o vermelho ao Luiz Phellype.

Com esta importante vitória Marcel Keizer volta a ter espaço para respirar, mas para já há pelo menos mais uma lesão e quando se olha para aquele banco aquilo até mete dó, pelo que o holandês vai ter mesmo que espremer os seus jogadores até à última. Resta saber se eles se aguentam e se esta alteração táctica é para manter.


Comentários