Nem com o VAR

Há três semanas atrás o Sporting empatou a zero com o FC Porto e o treinador Marcel Keizer foi de imediato muito criticado por ter abdicado dos seus princípios de jogo ofensivo, preferindo uma abordagem mais conservadora, revelando assim algum receio do seu adversário. Na altura houve mesmo quem afirmasse que era preferível perder tentando ganhar, do que empatar jogando para não perder.

Pois o holandês fez-lhes a vontade e tentou jogar de peito aberto com o Benfica. Levou quatro e até podia ter levado mais, o provavelmente também teria acontecido com o FC Porto se Marcel Keizer tivesse jogado como disse Sérgio Conceição estar à espera, pois esta equipa em termos defensivos é um desastre, principalmente pela falta de qualidade de quase todos os seus jogadores do sector mais recuado, pelo que jogar de igual para igual com um rival mais forte, só pode dar no que deu.

Mesmo assim jogo é jogo e às vezes os deuses da fortuna fazem das suas, o que até poderia ter favorecido o Sporting que marcou o seu golo na primeira vez que conseguiu chegar à baliza do Benfica, reabrindo a discussão para a 2ª parte. Mas aí um golo logo a abrir repôs a diferença real e a igualdade nas desventuras próprias do jogo.

Outro momento importante foi o penalti que Renan quase defendeu e que arrumou a questão, mas a verdade é que num jogo em que uma das equipas foi tão superior à outra, só mesmo com muita sorte é que o resultado poderia ter sido outro.

E valha-nos o VAR, porque se fosse pelo Soares Dias a coisa ainda teria sido mais feia, mas ontem descobrimos uma nova teoria saída da cartilha fanfarista. O VAR desautorizou o árbitro ao anular um belo golo a João Félix, por este ter feito uma falta que Soares Dias mesmo em cima do lance não viu, como de resto não tinha visto o penalti claro sobre Bas Dost. Então para que é que há-de servir o VAR?

E por falar em VAR, há uma dúvida que me assalta em relação ao golo anulado a Abdoulay Diaby, pois sem linhas parece-me humanamente impossível ter a certeza da posição irregular do avançado do Sporting e como o que nos tem sido explicado, principalmente depois daquele golo anulado ao Benfica na meia final da Taça da Liga, é que quando não há certezas prevalece a decisão do fiscal de linha, então eu tenho as minhas sérias dúvidas de que o pessoal do VAR não veja as imagens com linhas. Mas atenção que eu não estou a dizer que não há fora de jogo. Se as linhas estiverem certas há, mas sem elas não dá para ter a certeza.

Para finalizar o capitulo da arbitragem tenho de me referir aos 7 minutos de compensação dados por Soares Dias. Curiosamente o jogo foi interrompido aos 81.50' exactamente 10 segundos depois do derrube a Bas Dost, sendo retomado com a marcação do penalti aos 88.50', ou seja 7 minutos depois, isto num jogo que teve substituições, dois golos anulados e um penalti, ou seja mais três lances analisados pelo VAR, o que no mínimo dava mais uns 11 ou 12 minutos. É claro que com o Sporting a jogar daquela forma nem com mais meia hora lá chegavam, mas urge retirar aos árbitros o poder discricionário  da cronometragem do jogos.

Agora resta-nos lutar pelo 3º lugar, mais por uma questão de honra do que outra coisa e principalmente limpar a má imagem deixada, já na próxima 4ª feira, mas a missão não será fácil. 


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