Só cá faltavam estes

Vá-se lá perceber porquê, em vésperas de uma Assembleia Geral de destituição Marta Soares resolveu complicar ainda mais a situação criada pela Comissão Fiscal e Disciplinar, ao suspender preventivamente a Direcção e vai daí nomeou uma Comissão de Gestão para completar o leque da duplicidade nos órgãos sociais do Clube. Viva a abundância.

E por falar em abundância, são onze os membros desta Comissão de Gestão que o Presidente da MAG teve a preocupação de rechear com dissidentes da área "brunista", numa tentativa de fugir ao rótulo de "croquetes" que foi aplicado à Comissão Fiscal e Disciplinar.

O nome mais conhecido da Comissão de Gestão  é Sousa Cintra, mas estava-se mesmo a ver que este pateta não teria capacidade para liderar uma coisa destas, pelo que depois da recusa de Eduardo Barroso, o eleito foi Torres Pereira um antigo vice-presidente de Bruno de Carvalho.

Até à data parece que a Comissão de Gestão já se reuniu à mesa, e não duvido que a ementa deve ter sido boa, de resto ao fim de não sei bem quantos dias resolveram ir a Alvalade e convidaram a cmtv para acompanhar a visita que teve o desfecho anunciado.

De resto Torres Pereira já tinha mostrado alguma simpatia pela cmtv, onde se deslocou para uma entrevista ao estilo de ministro sem pasta, pautando um seu discurso com um ar de estadista, por uma serie de assustadores disparates dos quais passo a destacar os principais.

Sobre as rescisões de contrato disse que não tinha gostado, mas em nenhum momento revelou a intenção de defender até ás últimas consequências os superiores interesses do Sporting e pior do que isso só lhe faltou dar razão aos jogadores, chegando mesmo a colocar-se numa posição de fragilidade, admitindo negociar saídas amigáveis, o que até pode ser uma boa solução, mas que não se apregoa publicamente.

Quando lhe foi colocado o cenário da vitória de Bruno de Carvalho na Assembleia Geral de destituição fugiu à pergunta, o que pode ser entendido como uma intenção de não aceitar a vontade dos sócios, pois doutra maneira não se percebe porque não dizer que tiraria as devidas ilações do veredicto dos sócios.

O pior de tudo foi quando defendeu a "bomba atómica" como uma ferramenta a introduzir nos estatutos, de forma a permitir a destituição de uma Direcção por iniciativa do Presidente da MAG. Ou seja, ele acha que os instrumentos disponíveis que colocam nas mãos dos Sócios uma decisão desta amplitude, devem passar a ser de uma só pessoa. Calculo que a esta hora Bruno de Carvalho já esteja a imaginar um melhoramento nessa alteração no sentido que essa mesma pessoa possa acumular a Presidência da MAG e da Direcção, olha, e porque não do Conselho Fiscal e Disciplinar.

Enfim, cada dia que passa fica mais claro que a teimosia de Bruno de Carvalho em não se demitir nos está a empurrar para caminhos muito apertados com enormes prejuízos para o Sporting.

Comentários