Pobre Bruma

A CAP da Liga considerou o contrato de Bruma com o Sporting válido até Junho de 2014, inviabilizando as pretensões do jogador e dos seus representantes,  que o consideravam um atleta livre e já estavam prontos para encherem os bolsos com as chorudas comissões que rolam sempre nesses negócios sujos.

Não vou entrar em questões jurídicas que não domino, mas no campo da moralidade e da ética esta foi uma decisão inteiramente justa, pois este é um caso onde foi evidente a má fé de quem tem aconselhado o jogador, que já tinha um acordo firmado para assinar a renovação e que chegou mesmo a fazer juras de fidelidade ao Sporting, mas que foi adiando a formalização desse compromisso, ao mesmo tempo que ia esticando a corda das exigências, à medida que a sua valorização ia crescendo, principalmente depois do Mundial de sub-20.

Esta foi pois uma grande vitória do Presidente Bruno de Carvalho que nunca cedeu, como teria sido uma enorme derrota para ele, se a razão tivesse sido dada ao jogador, que a esta altura estaria quase de certeza a caminho de um dos nossos grandes rivais, coisa que à partida parece estar fora de causa, pelo menos para já.

Agora restam dois caminhos a Bruma. Ou tem a capacidade para perceber que as pessoas que o rodeiam estão interessados em tudo menos na valorização da sua carreira de jogador e recua, ou continua a sacrificar a sua evolução em nome desses interesses e avança para um processo de rescisão unilateral do contrato agora considerado válido.

Na primeira hipótese é importante que se perceba o que é que o jogador  quer realmente, pois a sua reintegração no plantel nas condições actuais será um processo complexo, que apenas poderá ser viabilizado pela intervenção directa do Presidente, que seguramente só o irá fazer depois de se assegurar que o caminho está livre de armadilhas, num processo que envolverá seguramente a relação com Cátio Baldé, que tem na manga outro trunfo muito valioso como é Moreto Casamá.

Não estando reunidas essas condições haverá sempre o recurso ao mal menor que será a venda do jogador para o estrangeiro, que seguramente não atingirá os valores desejados, ou que se poderiam esperar se a evolução de Bruma correspondesse às expectativas, isto numa altura em que me parece evidente que poderia ser ele a estar no lugar de Wilson Eduardo na pré convocatória de Paulo Bento, e se calhar a caminho do Mundial do Brasil, um comboio que provavelmente já perdeu, graças à sua estupidez e à ganancia dos que gravitam à volta dele.

A hipótese de rescisão do contrato levanta seguramente questões jurídicas bem mais complexas, que passarão pelo prolongamento deste diferendo, do qual nesta altura o grande prejudicado já é o jogador, que se arrisca a ficar mais algum tempo parado, até porque não estou a ver qual será o clube que se vai querer sujeitar a pegar nele antes de tudo estar resolvido, arriscando-se a ter de pagar um choruda indemnização ao Sporting.

Os próximos episódios desta novela vão ser seguramente interessantes, mas neste momento confio plenamente no bom senso de Bruno de Carvalho, que seguramente vai fazer os possíveis para se sentar à mesa com o jogador, para perceber as reais intenções dele, que nesta altura deve estar completamente baralhado, restando saber quais os próximos passos engendrados pelos comissionistas ou por quem estará por de trás deles e a capacidade que ele tem para manipular este pobre miúdo.

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