Será que é possível piorar?

Obrigado a mexer na equipa Frank Vercauteren optou por colocar Eric Dier no centro da defesa, Gelson Fernandes na posição de trinco e Labyad a extremo, soluções mais ou menos óbvias dadas as circunstâncias, e não foi por aí que a equipa não funcionou.

De resto pode-se mesmo dizer que o jovem central inglês foi um exemplo de entrega e carácter dentro do campo, apesar de alguns erros próprios de um jogador que ainda é júnior, a actuar numa posição de grande responsabilidade como é a de defesa central.

O que não tem explicação é a forma apática como a equipa entrou em campo, de tal forma que quando o Nacional marcou por volta do minuto 25, o Sporting ainda não tinha feito um único remate â baliza e Rui Patrício já tinha efectuados 2 ou 3 defesas complicadas.

Depois deste golo assistimos a uma ténue e inconsequente reacção de um Sporting com os defeitos do costume e cujo futebol de ataque se resumiu ao inconformismo de jogadores como ,Diego Capel e Insúa, se bem que este está muitos furos abaixo do que fez na época passada, revelando alguma intranquilidade, principalmente no momento de definir as jogadas.

Ao intervalo Frank Vercauteren resolveu mexer, aproximando  Labyad do desamparado Van Wolfswinkel e encostando Danijel Pranjic‎ ao lado direito, mas não terá sido tanto por aí que o Sporting melhorou, pois se o croata quase não se tinha visto no meio, na ala desapareceu por completo, enquanto Labyad nem teve muito tempo para mostrar que é ao centro que rende mais.

O que mudou essencialmente foi o posicionamento das equipas, com o Nacional a recuar as suas linhas, apostando claramente no aproveitamento dos espaços que poderiam resultar do adiantamento no terreno do Sporting, que passou a jogar com um duplo pivot no meio campo, formado por um Gelson Fernandes esforçado mas tecnicamente limitado e pelo apático Elias.

O que eu não percebi foi a demora em retirar do campo Danijel Pranjic‎ , até porque no banco não faltavam opções para jogar na alas, onde o rendimento do croata foi nulo, como de resto tem sido quase sempre que joga, pelo que se estranha a insistência neste jogador.

Primeiro Frank Vercauteren resolveu lançar o esforçado mal algo trapalhão Valentín Viola, o que resultou num estanho recuo no campo de Van Wolfswinkel, que sentiu claramente o falhanço do penalti que Diego Capel tinha conseguido arranjar.

Nessa altura percebeu-se que o Sporting tinha perdido a oportunidade de mudar o rumo do jogo e nem o golo espectacular inventado por Cedric Soares mudou essa perspectiva, mesmo que Jeffrén tenha falhado um golo feito pouco depois de ter entrado em campo, numa altura em que  o jogo voltava a estar em aberto.

Diga-se ainda que o Sporting não merecia essa reviravolta que esteve à vista, como o Nacional não teria merecido a vitória que o Rui Patrício do costume evitou já perto do fim.

Em resumo foi mais uma exibição pobre de um Sporting que Frank Vercauteren ainda não conseguiu pôr a funcionar a um nível que se possa considerar no mínimo aceitável, e que continua a arder em lume brando, numa altura em que se aproximam perigosamente novos focos de incêndio, como serão a reabertura do mercado e a previsível entrada de um homem forte para o Futebol, ou seja saídas prováveis de jogadores titulares e mais uma pistola apontada à cabeça de um treinador que já estava a prazo desde que chegou.

Ou muito me engano ou isto até pode piorar, se é que ainda é possível fazer-se pior.

Comentários