Da goleada ao susto

Na Dinamarca tivemos um Sporting um pouco diferente daquilo que temos visto, desde que Ricardo Sá Pinto começou a apostar neste modelo de jogo e a construir a sua equipa base.

As diferenças começaram logo na segurança defensiva, onde tem sido evidentes as melhorias em relação às épocas anteriores, mas que neste jogo como que desapareceu, ainda por cima contra uma equipa com grandes limitações, pelo que não se justificava tanta asneira, principalmente no capitulo do passe, onde se correram riscos desnecessários e se cometeram muitos erros.

Boulahrouz que eu tenho elogiado muito aqui, foi o pior exemplo do que acabei de referir, espero que tenha sido apenas um dia mau do holandês e que a exibição defensivamente menos conseguida, tenha apenas sido o resultado de algum excesso de confiança da equipa, que deve servir de emenda para o futuro.

Em contrapartida em termos de ataque o Sporting criou muitas mais oportunidades de golo do que tem sido habitual, mas a grande exibição do guarda-redes dinamarquês e a falta de eficácia dos nossos avançados, especialmente de Van Wolfswinkel, que esteve duas vezes completamente isolado à frente da baliza de Ronnow, transformou aquilo que poderia ter sido uma goleada, num empate sofrido.

De facto o Sporting dominou por completo quase todo o jogo, perante uma equipa que me pareceu muito fraquinha e que só nos primeiros 10/15 minutos da 2ª parte, conseguiu oferecer alguma resistência, numa altura em que apareceram a pressionar alto, coisa que nunca tinha feito na 1ª parte, onde marcaram um golo praticamente na única vez que chegaram à área leonina.

Nesse período inicial do segundo tempo, o 2-0 esteve por duas vezes à vista, mas as alterações introduzidas por Ricardo Sá Pinto surtiram efeito, com Diego Capel a dar razão ao treinador dinamarquês que afirmaram ser ele o jogador que mais temia, e Labyad a marcar pontos na posição 10, revelando-se um jogador muito interessante, com alguns pormenores que deixam água na boca, principalmente tendo em conta uma certa falta de criatividade que há no meio campo deste Sporting.

Assim o empate acabou por ser um mal menor, num jogo poderia ter sido fácil e donde apenas sobrou a tal entrada prometedora de Labyad, que poderá ser a solução que faltava a esta equipa, pelo que nesta altura eu apostaria num meio campo com Gelson Fernandes ou Fabián Rinaudo, Elias e o marroquino, porque no resto não há muito por onde mexer, havendo apenas que esperar que Van Wolfswinkel regresse rapidamente aos golos, numa altura em que parece atravessar outra crise de confiança.

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