O Sporting empatou a uma bola com o Braga e a critica em geral defende que o empate foi justo, elogiando a exibição dos bracarenses que terão justificado o pontinho conquistado em cima do apito final, mas aposto que se a partida tivesse acabado 2 minutos antes, os comentários teriam sido diferentes, isto apesar do jogo ter sido exatamente o mesmo, pelo menos até aí. Equilibrado é certo, mas com o Sporting a conceder poucas oportunidades ao seu rival e desperdiçar uma mão cheia delas.
Tal como eu havia previsto Rui Borges recuperou o onze utilizado no Estoril, embora surpreendentemente tenha premiado com a bancada a por ele muito elogiada exibição de João Simões em Nápoles, mas confirmou-se aquela máxima de que se fizeres exatamente a mesma coisa, vais obter os mesmos resultados e nesta altura parece-me que já deu para perceber quais os principais problemas deste novo Sporting. Resta resolvê-los.
Defensivamente este Sporting é forte e concede poucas oportunidades aos seus adversários, mesmo quando, como foi o caso deste jogo, a outra equipa tem tanta o mais posse de bola do que a nossa. O problema está no jogo aéreo, onde ninguém salta naquela defesa e desta vez foi Morten Hjulmand que em vez de estorvar o ser adversário, agarrou-o, enquanto Rui Silva ficava a meio caminho. Já não havendo Coates, parece-me óbvio que Ousmane Diomande tem de jogar, para aquilo não ser o Rui adormecido e os sete anões, uma situação que se estende às bolas paradas ofensivas cujo aproveitamento é nulo.
Mais difícil de resolver é o problema do ataque que produz muito jogo mas desperdiça quase tudo. Neste jogo apesar do equilíbrio ter sido a nota dominante, a produção ofensiva do Sporting foi mais do que suficiente para ganhar o jogo. Só Pedro Gonçalves teve duas boas oportunidades para marcar e depois do empate ainda tivemos mais duas, sem esquecer o lance em que Fotis Ioannidis falhou por pouco a emenda à boca da baliza, entre outros lances onde houve alguma cerimónia no momento do remate. É muito falhanço para tantas oportunidades e o ketchup tarda em disparar.
Inexplicáveis são as dificuldades na saída de bola que aumentam quando adversário é mais forte. Não se percebe a insistência em envolver Rui Silva neste processo, pois são evidentes as suas dificuldades no jogo com os pés, pelo que quando fica apertado, invariavelmente chuta para a frente de qualquer maneira, o que origina muitas perdas de bola desnecessárias.
Estranho também os indícios precoces de algumas dificuldades físicas. Estamos no princípio da época e até já houve lesões musculares. Contra o Braga o Sporting na 1ª parte jogou com 10, porque Francisco Trincão pura e simplesmente não esteve em campo e houve mais dois ou três que já nem andavam, pelo que as substituições tardaram e melhoraram a equipa que nos primeiros minutos da 2ª parte parecia estar a morrer.
Agora vamos ter uma paragem que esperemos possa servir para trabalhar na resolução destes problemas que Rui Borges não pode ignorar
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