No prolongamento

O Sporting ganhou em Paços de Ferreira mas foi forçado a horas extraordinárias num jogo que teve um bocadinho de Taça, em primeiro lugar pela forma displicente como a equipa entrou em campo, mas também porque se confirmaram os problemas aqui referidos.

A equipa concede poucas oportunidades aos seus adversários, mas sofre muitos golos, ao mesmo tempo que ataca muito, mas marca pouco, sem esquecer a insignificante taxa de aproveitamento dos lances de bola parada, sendo que desta vez foram 25 cantos para um só golo, que mesmo assim julgo que terá sido o primeiro da época.

Depois de entrar claramente com a cabeça na Liga do Campeões, o Sporting viu-se a perder e teve de dar à perna para chegar ao empate antes do intervalo, mas logo no início da 2ª parte o Paços voltou a marcar noutra paragem cerebral da equipa e Rui Borges foi forçado a alterar os seus planos de gestão de esforço do plantel, acabando mesmo por ter de levar com o indesejado prolongamento, onde a bola lá acabou por entrar na baliza.

Como de costume estes jogos também servem para dar oportunidades a alguns dos jogadores menos utilizados e desta vez Fotis Ioannidis foi aquele que melhor soube aproveitar a chance para mostrar serviço, embora Alisson Santos também se tenha esforçado, mesmo que com alguns excessos de individualismo. Do lado contrário estiveram Georgios Vagiannidis, Eduardo Quaresma e Ricardo Mangas, que ganharam um lugar no banco, ou quem sabe na bancada.

De saudar o regresso de Ousmane Diomande que de tão mal acompanhado que esteve acabou por ter de jogar mais tempo do que seria recomendável, mas mesmo sem ritmo de jogo é um defesa que acrescenta logo peso à equipa.

De soluço, em soluço, o Sporting de Rui Borges precisa de uma vitória na quarta feira para recuperar confiança, pois as facas já estão afiadas e a cabeça dele será apenas um dano colateral, o objetivo é outro.

Um nota final para o futebol sem VAR, uma coisa que já não faz sentido, mesmo que se perceba que nesta fase da Taça de Portugal possam haver muitos campos sem condições para fazer uso da tecnologia.