Se dúvidas haviam elas estão desfeitas, Rui Borges quer mesmo dar um cunho pessoal ao Sporting de 2025/26, como já se viu no primeiro jogo de preparação desta pré época, deixando assim para trás o 3x4x3 que Amorim implantou com o sucesso conhecido nas últimas 5 temporadas, uma decisão corajosa mas bastante arriscada.
A principal alteração será na defesa que abandona a linha de 3, que às vezes era de 5, para adotar o tradicional quarteto defensivo. Daí para a frente o Sporting defendeu em 4x2, às vezes 5x1 e a atacar jogou em 2x3x1 com os laterais a subirem, neste jogo mais pela direita, do que pela esquerda.
É cedo para se tirarem conclusões, até porque alguns dos que jogaram nem serão as primeiras opções, especialmente a dupla de centrais e o ponta de lança, sem esquecer que é provável que cheguem mais alguns reforços, ao que se diz pelo menos um lateral direito e um extremo esquerdo, sem esquecer o inevitável substituto de Gyokeres.
Mesmo assim há algumas coisas que me parecem claras:
- Temos centrais a mais e o Eduardo Quaresma por exemplo terá de perceber que jogar com dois é muito diferente do que com três, um sistema onde os centrais podem arriscar mais na saída com bola.
- Neste sistema mesmo que um possa ser menos ofensivo do que o outro, os laterais tem de ser capazes de fazer o vai e vem constante, daí que Rui Borges queira mais um para o lado direito, pois o Iván Fresneda tem algumas limitações técnicas e os alas da época passada nunca poderão ser laterais. Na esquerda nunca vi o Maxi Araújo a jogar numa defesa a 4, mas aparentemente o treinador acredita que ele pode ser a alternativa a um Matheus Reis que em termos ofensivos também tem algumas limitações. Vamos ver.
- Pedro Gonçalves assenta como uma luva na posição 10, mas pelo menos enquanto Daniel Bragança estiver de fora, não vejo alternativas, sendo que o Francisco Trincão não o é quase de certeza.
- Outro que não dá é o Geny Catamo no lado esquerdo do ataque, mas aqui há o Geovany Quenda e talvez o Nuno Santos, isto sem esquecer o desconhecido Alisson Santos, mesmo assim fala-se em mais uma contratação para este lugar. Se calhar já é de mais.
- No meio campo Morten Hjulmand passa a recuar para junto dos centrais quando a equipa sai a 3, o que pode ser pacifico. Aqui não faltam opções, gostei do João Simões, um jogador com um potencial enorme e do Giorgi Kochorashvili, que parece ser um bom reforço e ainda há o Hidemasa Morita.
Quanto ao jogo, foi claro que o Celtic neste momento está num patamar físico muito acima do Sporting, pelo que os escoceses foram melhores, sendo notória a falta de automatismos de uma equipa que ainda está a assimilar o novo modelo de jogo, principalmente na defesa, que ainda por cima, como já se disse, foi composta por segundas opções.
No entanto isto foi só o primeiro teste deste novo "Sporting à la Borges", vamos a ver é se o treinador tira rapidamente as ilações necessárias, ou se quem sabe não terá de recuar outra vez para o 3x4x3, que ao que parece terá sido utilizado no treino da manhã com o Portimonense.
Esperemos pelos próximos capítulos para percebermos se a mudança é para ir mesmo em frente, ou se vamos ter um Sporting com duas caras.
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