O caso Gyokeres

 


O caso Gyokeres arrasta-se há semanas e já enjoa de tanta conversa à volta de um assunto que deveria ser pacifico, mas que se transformou numa guerra surda.

O jogador quer ir para o Arsenal, um clube onde acredita que pode triunfar e que está entre os melhores da Premier Legue, onde ele sempre aspirou jogar, o que é perfeitamente compreensível dentro de um plano de carreira que ele estabeleceu e que prioriza a parte desportiva.

O Sporting compreende as aspirações de Viktor Gyökeres e aceita vender o seu passe abaixo do valor estabelecido na clausula de rescisão, mas como é evidente quer fazer o melhor negócio possível.

Até aqui está tudo bem. No entanto o empresário do jogador resolveu espalhar que tinha o compromisso da parte do Sporting de vender por 60+10 milhões €, desvalorizando o seu ativo de uma forma nunca antes vista, pelo que o Arsenal na posse dessa informação e sabendo da preferência do jogador, obviamente que não vai oferecer mais.

A situação já obrigou Frederico Varandas a meter os pés à parede garantindo que por 60+10 o Sporting não vende, o que levou o empresário, escolhendo o jornal Record como seu porta voz, a espalhar a notícia de que Hugo Viana em mensagens trocadas com ele, teria aceite os tais 60+10 como verba suficiente para viabilizar a venda do passe do jogador.

Agora parece que toda a gente já viu as tais mensagens trocadas entre o empresário e o então diretor desportivo do Sporting, mas as interpretações sobre as mesmas não são todas iguais. De qualquer forma mesmo que Hugo Viana tenha dito taxativamente que se houvesse uma proposta de 60+10 o Sporting vendia, isso vale zero, porque quem tem a última palavra é a administração da SAD e o seu Presidente, que já afirmou taxativamente que na reunião com o empresário ocorrida em Setembro de 2024, apenas foi acordado que o Sporting aceitava vender abaixo da clausula de rescisão sem tenha sido estabelecido um valor de referência, acrescentando que abaixo dos 100 milhões tanto podiam ser 40, como 60, ou até 80 milhões, portanto não será porque o Viana depois disse o contrário, que Varandas fica vinculado às palavras de um seu subordinado e deixa de estar obrigado a defender os interesses da SAD.

Também já corre a noticia de que o jogador terá informado o Presidente que não ia comparecer em Alcochete no dia determinado para retomar os trabalhos, numa chantagem perigosa que nem será caso virgem no Sporting, pois já aconteceu com Jardel, curiosamente também ele um goleador a quem um empresário se fartou de prometer uma transferência para o Real Madrid e que na altura se dizia que já tinha tudo acertado para ir para o Benfica. Foi uma brincadeira que lhe acabou com a carreira.

Estou convencido de que o jogador vai sair por uma verba abaixo dos 80 milhões que o Sporting parece almejar, algo entre os 65/70+10/5 porque o prolongar deste esticar da corda não interessa a ninguém e, julgo que a melhor forma de ultrapassar o diferendo será um contacto direto entre as administrações das duas sociedades, onde o Sporting ponha as cartas todas na mesa de forma que eles possam decidir que sim senhor querem negociar, ou simplesmente desistir, passando a bola ao empresário que terá de arranjar uma nova solução, mas é importante que o Arsenal fique a saber de forma clara o que é que é inegociável e o que é que se pode negociar.

O que não pode acontecer é numa negociação entre três partes, duas estabeleçam as condições e a terceira, que por acaso é a detentora dos direitos que estão a ser negociados, seja obrigada a aceitar o que foi acertado unilateralmente entre as outras duas.

 

Comentários