Ao chegar ao Sporting Rui Borges fez logo questão de salientar que tinha a sua própria ideia de jogo, fazendo ali um corte em relação ao período dourado de Ruben Amorim, em oposição àquilo que tinha sido a tentativa falhada de se fazer uma transição na continuidade com João Pereira.
No entanto, sem tempo para treinar e com uma onda de lesões que fragilizou um plantel curto, o novo treinador do Sporting teve o discernimento de perceber que a equipa se sentia mais confortável no modelo de jogo em atuara com sucesso durante os últimos 5 anos e recuperou o 3x3x3 de Amorim, embora numa versão mais conservadora, em que os alas são mais defesas do que extremos.
Essa solução dá alguma consistência defensiva à equipa, mas retira-lhe qualidade de jogo e posse de bola, um vetor onde os jogos do Sporting passaram a ser mais equilibrados. No entanto com o regresso de Viktor Gyökeres ao seu melhor, o convite para as equipas adversárias subirem no terreno é uma armadilha que sabe a mel ao sueco, faltando apenas uma melhor definição no momento das transições, algo que também poderia ser corrigido com alas mais criativos.
Ontem em Rio Maior o tal Casa Pia que tinha jogado em Alvalade com uma inovadora linha de 6 defesas, mais 4 homens na sua frente, apresentou-se desinibido pela posição tranquila que ocupa na tabela classificativa e a tentar dividir o jogo, pelo que o Sporting, mesmo sem a tal qualidade de jogo que tinha antes, chegou ao 2-0 em apenas 34 minutos.
Tudo parecia resolvido, mas depois de uma boa exibição na jornada anterior, Ricardo Esgaio voltou aos seus habituais momentos de infelicidade, fazendo um autogolo num lance onde a sua abordagem foi duplamente desastrosa, primeiro ao não atacar a bola e depois ao perder a noção do espaço, atrapalhando-se com o mergulho de Miguel Sousa.
Do nada o Casa Pia voltou ao jogo e na 2ª parte o Sporting perdeu o controlo da situação, ressurgindo aí os fantasmas dos jogos recentes em que a equipa caiu a pique nas segundas partes. O empate chegou a estar à vista, valendo aí a presença de Rui Silva, mas a diferença veio do banco onde se começam a sentir os efeitos das recuperações de alguns feridos.
As entradas de Geny Catamo e principalmente de Hidemasa Morita, refrescaram a equipa e mataram o Casa Pia, que já não teve força nem capacidade para reagir ao terceiro golo, pelo tivemos uma ponta final descansada.
Segue-se o Famalicão antes da desejada paragem, que se espera possa trazer de volta mais dois ou três dos ausentes, principalmente Pedro Gonçalves e dar descanso a outros, para podermos enfrentar a ponta final com outras armas. Mas domingo espera-se um autocarro e parece-me que vai ser preciso uma abordagem menos conservadora, principalmente no que diz respeito aos alas.
Comentários
Enviar um comentário