Uma vitória tremida


O Sporting precisou do prolongamento para eliminar o Santa Clara da Taça de Portugal, num jogo muito nervoso, em parte porque a equipa continua a jogar sobre brasas, mas também devido a mais uma arbitragem desastrada.

Parece-me que João Pereira sentindo a ameaça do cutelo e, atendendo às muitas lesões que limitam as suas opções, estará à procura de um onze base, pelo que resolveu manter a mesma equipa do último jogo, com Geovany Quenda à esquerda em constantes mutações com Maxi AraújoJoão Simões a agarrar um lugar no miolo e Zeno Debast no centro da defesa, em detrimento de Ousmane Diomande.

No entanto desta vez a equipa teve algumas dificuldades, pois o Santa Clara é um adversário mais forte do que o Boavista e apresentou-se em Alvalade com um 5x4x1 muito bem estruturado, embora abusando da dureza na marcação a Viktor Gyökeres e no antijogo.

Assim o Sporting fartou-se de circular a bola, mas fê-lo com alguma lentidão e na 1ª parte só conseguiu criar duas boas oportunidades de golo, pelo que as mexidas de João Pereira eram inevitáveis e voltaram a parecer-me tardias, embora tenham resultado, pois foi principalmente Conrad Harder quem fez estremecer a defesa adversária.

A perder o Santa Clara finalmente deixou de jogar para os penáltis e o Malheiro começou a inclinar o campo, isto depois do VAR se ter esquecido de o alertar para um penalti claro sobre Viktor Gyökeres, um verdadeiro saco de pancada que não costuma cair por qualquer coisa, mas mesmo assim o árbitro fartou-se de o mandar levantar.

Curiosamente já em tempo de descontos o avançado sueco resolveu descansar um bocadito e ficou deitado na área adversária um pouco mais do que um minuto, o que só serviu para o Malheiro prolongar o jogo até ao golo do empate que aconteceu mais de 2 minutos depois dos 5 que ele tinha acrescentado.

Diga-se que nessa altura o Sporting já mostrara as suas habituais fragilidades defensivas e tremia por todos os lados, de tal forma que antes do empate o Santa Clara já estivera por duas vezes à beira do golo.

Sendo assim veio o prolongamento e com ele regressou o antijogo, até que Viktor Gyökeres lá conseguiu aproveitar um brinde, o que obrigou o Malheiro a entrar de novo em ação, numa exibição que teve o seu ponto mais baixo quando conseguiu expulsar Jeremiah St. Juste, depois deste ter sido abalroado por um adversário.

Não serviu de nada, nem deu para prolongar o jogo até novo empate e assim João Pereira sobreviveu a mais um teste, mas continua a pairar no ar aquela ideia de que apesar de pouco ter mudado, tudo mudou, de tal forma que os jogadores razoáveis que se tornaram bons quando a equipa estava em grande, agora são medíocres quando quase tudo corre mal. 

É visível que a equipa quer, mas parece tolhida por qualquer coisa e não consegue. Já começou a ganhar mas é sempre em esforço, a equipa piorou em todos aspetos, principalmente em termos de confiança e não lhe falta apenas aquele clique, faltam-lhe vitórias convincentes e moralizadoras, pelo que o futuro do Sporting de João Pereira poderá definir-se no "derby" do dia 29, mas antes é preciso ganhar em Barcelos. 



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