O regresso ao passado


O Sporting perdeu em casa com o Santa Clara e assim, não só não conseguiu obter o seu melhor arranque de sempre no Campeonato, depois das 11 vitórias conseguidas por Ruben Amorim, que igualaram o recorde estabelecido em Novembro de 1990 por Marinho Peres, como também interrompeu as impressionantes series de 32 jogos sem perder na principal competição do futebol português e de 44 jogos sempre a marcar em todas as provas. Foi também a segunda derrota consecutiva da equipa, algo que já não acontecia desde Novembro de 2022, mas pior do que isso a verdade é que esta derrota constituiu um forte abalo na confiança da equipa e dos adeptos, numa altura em que o novo treinador necessita de se afirmar.

Esta derrota foi também um regresso ao passado no que diz respeito a um certo ambiente de ansiedade e de sofrimento a que todos os Sportinguistas se habituaram ao longo dos anos e que esta época parecia ter sido substituído por uma enorme dose de confiança nesta equipa talhada para ganhar, mas também em relação aos problemas com a arbitragem que nunca desapareceram por completo, mas que a qualidade do futebol praticado ia ultrapassando sem grandes dificuldades, isto sem esquecer que o VAR resolveu muitos desses problemas.

No entanto desta vez um dos problemas foi um VAR que se recusou a desempenhar o seu papel em dois momentos decisivos no desenrolar do jogo e que não teve dúvidas em intervir num lance que até poderia ser discutível.

Voltámos pois ao choradinho das arbitragens, o que já não acontecia desde da tal última derrota para o Campeonato, que aconteceu à cerca de um ano em Guimarães, mas se as razões para tal nos assistem, também é evidente que a exibição foi insuficiente para derrotar as duas equipas adversárias, com se pode verificar pelo facto do Sporting só ter tido uma oportunidade flagrante durante todo um jogo em que se bateu o recorde de cruzamentos (34), quando se sabe que não temos propriamente grandes cabeceadores, antes pelo contrário e ainda por cima já não há a solução Coates e nem sequer se tentou jogar com dois avançados na área.

A pergunta que se coloca agora é: se os jogadores são os mesmos, se o modelo de jogo se mantem e se até a gestão do grupo e as substituições são iguais, o que é que o Amorim tinha assim de tão transcendente, ou que o João Pereira tem de tão poucochinho, que possa fazer tamanha diferença em tão pouco tempo?

É nas respostas a esta pergunta e nas soluções que se possam encontrar para resolver o problema, que o treinador e os jogadores do Sporting tem de se concentrar de forma a conseguirem mostrar que nem tudo o Amorim levou, e tem de ser já em Moreira de Cónegos, porque caso contrário o caminho de João Pereira ficará muito estreito.


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