Vem aí o 4x4x2?


Desde que Rúben Amorim chegou ao Sporting a equipa passou a jogar no 3x4x3 de que o treinador leonino é um indesmentível entusiasta, apenas com algumas variações resultantes da dinâmica do jogo, mas ontem pela primeira vez, pelo menos que eu me lembre, a equipa apresentou-se assumidamente num 4x4x2.

Este novo desenho tático mostrou-se muito interessante e dinâmico, com Nuno Santos a ter toda a liberdade para subir na fase de ataque, altura em que Eduardo Quaresma abria para a esquerda e Hidemasa Morita por vezes recuava para o terreno dos centrais. Assim Geny Catamo ficava com o corredor direito todo por sua conta sem grandes preocupações defensivas, enquanto  Francisco Trincão formava a dupla de avançados com Rodrigo Ribeiro.

Este desenho faz-me acreditar que Rúben Amorim poderá estar já a planear a integração do tal avançado grego de que tanto se fala, para jogar com uma dupla de pontas de lança, com Pedro Gonçalves a ficar com alguma liberdade na meia esquerda, deixando os flancos para os dois alas. 

Trata-se duma alteração impactante, restando saber se é só uma experiência ou se será para utilizar de forma regular como alternativa ao tradicional 3x4x3, mas as primeiras impressões foram positivas.

É verdade que depois da lesão de Nuno Santos a dinâmica da equipa emperrou e que talvez falte uma alternativa neste plantel para o camisola 11, daí que se fale na contratação de outro jogador que possa fazer ala esquerda, ou jogar como avançado interior do mesmo lado, pelo que ontem Rúben Amorim teve de recorrer a duas adaptações que não funcionaram, antes de lançar Diogo Travassos, que claramente ainda não está pronto para estas andanças. 

Fica a expetativa para os próximos jogos, enquanto se aguardam a contratações desejadas.

Quanto ao resto, o jogo teve fases interessantes mas foi prejudicado pelo excesso de agressividade do Sevilha, que só marcou num lance precedido de um claro fora de jogo e depois do Sporting ficar reduzido a 10, numa altura em que Fábio Veríssimo se lembrou de usar o rigor disciplinar que lhe tinha faltado durante quase todo o jogo.

Resta saber se aquele cartão vai impedir Ousmane Diomande de marcar presença na Supertaça, mas a maior preocupação de Rúben Amorim nesta altura deve estar virada para a lesão de Nuno Santos, que é precisamente o tal jogador para o qual neste momento não há grandes alternativas, pelo menos se for para jogar neste dinâmico 4x4x2. 

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