Todos querem ser guardiolas


Portugal derrotou a Chéquia por 2-1 no seu primeiro jogo no Europeu, mas teve de sofrer até ao fim.

Martinez começou por surpreender ao colocar Nuno Mendes no trio defensivo, mas depois percebeu-se que a estratégia passava por adiantar Cancelo para o meio campo sempre que Portugal atacava, pelo Nuno Mendes foi quase sempre lateral esquerdo e quando teve de jogar mais por dentro também se safou muito bem, de tal forma terá sido a par de Vitinha o melhor português em campo.

A ideia de Martinez percebe-se e até se pode dizer que resultou pois Portugal dominou completamente na primeira hora do jogo, o problema é que Cancelo não acrescenta nada ali, ele que é um dos melhores laterais do mundo, pelo que seguramente iria render muito mais do que Dalot se jogasse no seu lugar.

Se era para jogar assim fazia mais sentido colocar Matheus Nunes no meio, com a missão fechar ao lado esquerdo quando fosse necessário defender, coisa que neste jogo raramente aconteceu. Mesmo assim Portugal jogou como se exige a uma seleção considerada candidata á vitoria final, só faltou marcar.

No entanto o futebol tem pouca lógica e apesar do domínio total do jogo, a verdade é que foi a Chéquia a inaugurar o marcador na primeira vez que se aproximou da baliza de Diogo Costa.

Reagiu de imediato o selecionador com as entradas de Gonçalo Inácio e Diogo Jota, corrigindo a dissonância verificada, com Cancelo a ir para o seu lugar e o empate não demorou muito a chegar.

Aí faltou refrescar a equipa. Martinez não pode ter medo de tirar Cristiano Ronaldo do campo, o Capitão jogou bem mas já tem 39 anos. O mesmo se pode dizer em relação a Bernardo Silva que está visivelmente desgastado.

Fazer substituições aos 89 minutos é como jogar na raspadinha, ás vezes dá prémio como aconteceu ontem, mas na verdade foi mais demérito do infeliz Hranák do que outra coisa.

No fim Portugal ganhou com inteira justiça pois foi muito melhor do que uma Chéquia que quase não atacou, mas Martinez armou-se em Guardiola e inventou um bocadito, acabando por ser bafejado pela sorte, mesmo tendo feito pouco por isso. É futebol.

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