Um bom ensaio para sábado

O Sporting garantiu um lugar no Jamor ao empatar na Luz perante um Benfica, que ao que parece terá realizado a sua melhor exibição desta época, o que mesmo assim não foi o suficiente para ganhar a um Sporting quase irreconhecível.

Como é costume nos jogos de maior grau de dificuldade, Rúben Amorim optou por jogar com um ala mais ofensivo e outro mais defensivo, apostando desta vez em Ricardo Esgaio e Nuno Santos. Para além disso o treinador leonino manteve Daniel Bragança no onze inicial, premiando assim as recentes boas exibições do elegante médio leonino, mas depois do intervalo mudou os dois alas e aos 66 minutos lançou Hidemasa Morita para tentar estancar a superioridade do Benfica na luta do meio campo.

Na verdade o Benfica na 1ª parte conseguiu secar completamente a saída de bola do Sporting que de tanto querer baixar o ritmo do jogo quase adormeceu perante a pressão alta dos encarnados, que poderiam ter chegado ao intervalo em vantagem, pois foram a única equipa que lutou por isso.

A 2ª parte começou com uma rajada de golos que foram mantendo a eliminatória em aberto, embora o Sporting tenha estado sempre em vantagem, chegando mesmo a estar perto de arrumar a questão quando, Viktor Gyökeres acertou no poste um minuto antes do Benfica ter empatado o jogo. 

Depois começou a faltar gás aos avançados encarnados e com a entrada de Hidemasa Morita a luta do meio campo tornou-se mais equilibrada, o que também permitiu ao Sporting esticar o seu jogo.

Na ponta final o Benfica continuou a atacar mais, mas já com pouco discernimento. No entanto defender uma vantagem tangencial provoca sempre alguma ansiedade, pois basta um deslize para se deitar tudo a perder. Felizmente não aconteceu.

No final foi o Sporting que saiu a ganhar, o que atendendo ao que se passou no jogo da 1ª mão em Alvalade, me parece ter sido um desfecho justo, mas da mesma maneira que o 2-1 do primeiro jogo foi lisonjeiro para o Benfica, agora os encarnados mereciam mais e até poderiam ter levado o jogo para prolongamento, pois foram a equipa que mais lutou por isso, só que desta vez faltou-lhes aquela pontinha de sorte que lhes sobrou no "derby" do Campeonato.

No próximo sábado os dois grandes rivais voltam a encontrar-se e tal como ontem a vitória é o único resultado que serve ao Benfica, pelo que é fácil perceber que eles vão tentar repetir o que fizeram neste jogo, daí que eu pense que até foi bom que tenham mostrado a sua melhor face, o que permitirá  que Rúben Amorim tire as devidas ilações para o confronto decisivo que se segue.

Em Alvalade será necessário jogar com mais intensidade, principalmente na luta do meio campo, onde Morten Hjulmand não pode ser deixado sozinho a correr atrás de dois trabalhadores incansáveis como são Florentino e Neves, enquanto a saída de bola não pode ser tão pausada ao ponto de deixar a equipa entalada lá atrás, é preciso mais mobilidade entre linhas e esticar o jogo quando for necessário, porque os espaços vão aparecer quando eles tentarem pressionar alto subindo toda a equipa. É fundamental ter mais bola e jogar mais tempo no meio campo adversário, porque como se viu os criativos deles quando tem bola são difíceis de parar.

Vai ser uma espécie de jogo do rato e do gato, em que marcar primeiro poderá ser decisivo para quebrar o ímpeto do adversário. Esperemos que se corrijam os erros ontem cometidos e que Alvalade se encha até rebentar pelas costuras para uma noite histórica.

Comentários