O mais difícil está feito

Aquele remate de Viktor Gyökeres que bateu no poste da baliza de Turbin e que poderia ter feito 5-2 no resultado acumulado da meia final da Taça de Portugal, foi o melhor que poderia ter acontecido ao Sporting, pois o sufoco que se seguiu ao golo do Benfica que empatou aquele jogo e deixou a eliminatória em aberto, foi importante para abrir os olhos a todo universo leonino, a começar no treinador e a acabar nos adeptos, e impedir uma ilusória sensação de facilidade que poderia ter resultado desse golo e do que provavelmente viria a seguir.

Assim  Rúben Amorim pôde tirar as devidas ilações do erros cometidos nesse jogo e corrigir aquilo que poderia ser corrigido, até porque era obvio que o Benfica iria tentar replicar o que tinha feito no jogo da Taça, que todos apontaram como o melhor da temporada para os encarnados, que mesmo assim não foi suficiente.

As alterações feitas resultaram bem e o regresso de Pedro Gonçalves foi como se esperava um acréscimo importante de qualidade, que começou logo a dar frutos no primeiro minuto deste jogo, com um golo que veio mesmo a calhar e que obrigou o Benfica a vir para cima, mas sem criar grande perigo, porque desta vez o Sporting defendeu melhor.

O empate chegou na pior altura possível na sequência de um livre a punir uma falta duvidosa marcada por um jogador que já deveria estar no banho há vários minutos, depois de ter agredido Pedro Gonçalves com um soco, que o árbitro e o VAR resolveram com um sermão, a justificar o nome de código que a estrutura benfiquista lhes dava em tempos bem recentes.

A 2ª parte foi emocionante e poderia ter caído para qualquer um dos lados. Viktor Gyökeres deu cabo deles e chegou mesmo a ter de ser parado pelo fiscal de linha, mas voltou a acertar nos ferros. Franco Israel e Sebastián Coates foram providenciais em dois lances decisivos, enquanto Daniel Bragança reavivou o fantasma de Bryan Ruiz, mas seria um Genyal Catamo a assumir o papel de herói improvável com um golaço de pé direito que vingou a injustiça do jogo da 1ª volta e deixou o Sporting mais perto do desejado título.

O Sporting passou a ter uma boa margem de erro, mas será muito importante ganhar os próximos três jogos para se ir Dragão com essa vantagem intata, sabendo-se que como se viu no sábado passado, vamos ter mais missas e padres pelo caminho.

Sei que vou ter de esperar sentado, mas pagava para ouvir a conversa entre o Godinho e o Dias, a propósito da agressão de Di Maria, para perceber o que levou o segundo a não ir ver o que todos vimos, para em vez disso assumir a sua condição de padre ao tentar evangelizar o argentino, com um sermão que eu também adorava poder ouvir.

É verdade que o mais difícil está feito, mas é preciso manter a concentração e não entrar em euforias. Há que ganhar à Sporting, como aconteceu sábado, mesmo que seja contra 14, 15 ou 16.

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