Uma questão de sobrevivência

Depois do que eu vi no jogo da passada 4ª feira, penso que o que interessa agora é ganhar ao Arouca e ao Boavista, para se chegar à paragem que se segue, na liderança do Campeonato e atrevo-me mesmo a dizer que se calhar o melhor é que o percurso europeu do Sporting nesta época termine em Bergamo, para que a equipa possa enfrentar a ponta final da temporada de uma forma mais desafogada, mesmo que ainda haja um jogo em atraso para meter no meio de uma semana qualquer, isto sem esquecer a 2ª mão da meia final da Taça de Portugal, que não se pode menosprezar até pelo rival que teremos pela frente.

Parece-me evidente que o Sporting não tem rabo para tanta cadeira e frente ao Atalanta, que também fez a gestão do seu plantel, a equipa só sobreviveu porque desta vez as forças do além estiveram do nosso lado, embora tenha faltado uma pontinha dessa sorte no momento em que Sebastián Coates acertou no poste, o que convenhamos teria sido uma grande injustiça para os italianos, que bem poderiam ter resolvido esta eliminatória em Alvalade.

Mesmo deixando alguns dos principais jogadores no banco, o Sporting beneficiou da vantagem de marcar primeiro, mas a equipa praticamente só durou 20 minutos, pois daí para a frente não fosse alguma sorte e a grande exibição de Franco Israel, o resultado teria sido muito diferente, embora também se possa dizer que se não fosse aquele disparate do Eduardo Quaresma, os Leões poderiam ter chegado ao intervalo na frente do marcador, o que iria dar uma maior margem de conforto à equipa para a 2ª parte.

Depois no intervalo Rúben Amorim fez três substituições e tratou de tirar do campo um Koba Koindredi que me pareceu um jogador envergonhado, que se mostra pouco ao jogo, o que naquela posição não pode ser, mas mesmo assim as coisas não melhoraram muito e quando Gasperini mexeu na sua equipa, encostou o Sporting às cordas, pelo que o treinador leonino no fim apenas pôde respirar fundo e resumir o jogo numa só palavra: "sobrevivemos".

É verdade que a eliminatória não está resolvida e que Rúben Amorim diz que 4 dias entre os jogos é muito diferente do que apenas 3, mas é evidente que este Sporting está a acusar o desgaste de tantos jogos seguidos e que em Itália não será nada fácil.

Vamos a ver como é que a rapaziada se apresenta em Arouca, agora que se anuncia o regresso de mais um, ou talvez dois, dos lesionados, restando António Adán no estaleiro, o que para já não tem sido problema, isto numa altura em que o doping das vitórias é o único remédio que pode ajudar a equipa.



Comentários