Os milagres não se repetem



Depois de ganhar ao Sporting na meia final da Taça da Liga de uma forma milagrosa, num jogo em que os bracarenses jogaram como um clube pequenino e foram protegidos por uma enorme dose de sorte, Artur Jorge veio afirmar de peito cheio que a vitória do Braga tinha sido justa, declarações que até se poderiam entender como sendo fruto do folclore que habitualmente rodeia o futebol.

No entanto parece que o treinador do Braga acreditava mesmo naquilo que estava a dizer e não percebeu que o que tinha acontecido naquele dia tinha sido um milagre irrepetível, pelo que agora em Alvalade resolveu apostar na mesma estratégia, só que desta vez a bola não só não bateu nos ferros, como entrou muito cedo na baliza de Matheus, pelo que aos 18m o marcador já estava em 2-0, um resultado que até poderia ter engordado na 1ª parte, perante a total incapacidade de reação de um Braga metido na sua área, quase só formatado para travar Viktor Gyökeres.

Depois do intervalo o Sp. Braga subiu as suas linhas e deu um ar da sua graça, chegando mesmo a ter duas boas oportunidades para reentrar na discussão do jogo, num período em que o Sporting demorou a acertar na saída para o contra ataque, de forma a aproveitar os espaços concedidos por uma defesa que já de si não é grande coisa.

O terceiro golo marcado por um Viktor Gyökeres que nem esteve nos seus melhores dias, matou o jogo e, dali para a frente os Leões aproveitaram para encherem  a barriga de golos, num verdadeiro banquete que poderia ter atingido números escandalosos.

Este Sporting está realmente a atravessar um grande momento do forma e até não deixa de ser curioso que uma equipa que eu há não muito tempo atrás acusava de ser perdulária e de não ter instinto matador, já vá com 92 golos marcados em 33 jogos disputados nesta época, o que é revelador da qualidade e da quantidade do futebol ofensivo praticado pelos Leões.

Resolvido o problema do ataque, falta melhorar na defesa, principalmente na questão do jogo aéreo muitas vezes resultante das bolas paradas, mas o mais importante é manter este apetite voraz pelas balizas adversárias e aproveitar a embalagem deste momento em que a equipa transpira confiança por todos os lados.  

Nenhuma equipa consegue manter-se no pico de forma durante toda a época e o desgaste dos jogos consecutivos vai inevitavelmente fazer-se sentir, até porque o plantel não é muito extenso, mas estas vitórias se digeridas com habilidade e inteligência, são um tónico fortíssimo e nisso Rúben Amorim é mestre, pelo que os Sportinguistas sentem e acreditam que esta equipa é capaz de chegar lá, desde que todos percebam que isto não vai ser sempre a golear e que outros obstáculos irão surgir. 

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