Chamem a policia

Compreendo e respeito a luta dos policias por melhores condições salariais, tal com penso da mesma maneira em relação aos professores, aos profissionais de saúde ou aos agricultores, Todos tem o direito de defenderem os seus interesses, desde que o façam dentro da legalidade, o que no que diz respeito aos policias é uma obrigação acrescida.

É evidente que o que se passou sábado em Famalicão foi uma ação concertada para boicotar um jogo de futebol, pois ninguém acredita que 13 policias que estavam escalados para esse evento, ficaram doentes todos ao mesmo tempo, a uma hora do início do mesmo. 

Estamos pois perante baixas fraudulentas, que puseram em causa a segurança dos cidadãos que resolveram ir à bola naquele fim de tarde, resultando daí um ferido grave, pois foi dada liberdade total a um grupo de desordeiros que costumam andar nos estádios e em quem ninguém põe a mão, daí que sejam necessários fortes contingentes policiais para que se realize um simples jogo de futebol.

Mas o que eu gostava que alguém explicasse é porque é que o jogo não se disputou nas 30 horas subsequentes, conforme está determinado nos regulamentos. Penso que 30 horas é tempo mais do que suficiente para os responsáveis pela policia encontrarem o efetivo necessários para garantir a realização do jogo, da mesma forma que o conseguiram para os restantes 7 jogos da jornada que já se disputaram.

A não ser que os policias só estejam todos doentes para os jogos do Sporting, ou queiram interferir no desfecho do campeonato de futebol. Quem sabe se a doença deles é a tal febre da bola, pois não deixa de ser estranho que apenas o jogo do Sporting não se tenha realizado e que nem sequer se tenha tentado criar condições para o disputar no domingo.

Fico à espera para saber se vão continuar com estes boicotes e que ações efetivas vão ser tomadas em relação aos infratores, o que em tempo de campanha eleitoral é sempre complicado, mas a verdade é que eles até já tiveram o desplante de ameaçar com o boicote às eleições e aí talvez os políticos não gostem muito.