Podia ter sido uma goleada


No final do jogo de ontem, Sérgio Conceição corroído pelo seu habitual mau perder, afirmou que de todos os confrontos que tinha tido com o Sporting enquanto treinador do FC Porto, este tinha sido o jogo em que encontrara os Leões com mais dificuldades e chegou mesmo a utilizar a palavra "fácil", para se referir à forma com achava que a sua equipa poderia ter ganho este clássico.

Eu que sou um comum mortal e portanto não consigo ver as coisas que o treinador do FC Porto vê, vi um jogo onde os portistas escaparam de uma goleada histórica apenas porque o ataque leonino continua muito perdulário e, porque os árbitros e o VAR evitaram um descalabro anunciado.

Também vi o pior FC Porto de que tenho memória, com vários jogadores sem qualidade para jogar numa equipa que luta por títulos, e que só vai sobrevivendo porque o Sérgio Conceição lhes consegue incutir o seu espírito guerreiro, que no entanto não chega para tudo, pelo que se é verdade que a festa só se faz em Maio, duvido muito que tal venha a acontecer lá para os lados dos Aliados.

Como se tudo isto não bastasse o treinador do FC Porto ainda teve o descaramento de criticar a arbitragem porque o fiscal de linha se precipitou ao assinalar um fora de jogo a uma jogada prometedora do ataque portista. Imagino o que ele diria se lhe tivessem assinalado um fora de jogo a um jogador que partiu do seu meio campo, ou se o VAR lhe tivesse anulado dois golos em lances em que não deveria ter intervindo.

Foi de facto uma arbitragem do pior que eu tenho visto, que foi piorando à medida que o jogo foi avançando ao mesmo tempo que se ia percebendo que o Sporting estava a ser muito superior ao seu adversário. O lance do primeiro golo anulado é demonstrativo da falta de personalidade deste árbitro. que inicialmente não ia marcar falta, mas perante os protestos do treinador do FC Porto ficou sem saber o havia de fazer e acabou por deixar andar para depois ir ver ao monitor e secundar a opinião do VAR, que eu até posso aceitar, embora e me pareça que não sendo um lance indiscutível, não é uma jogada para o VAR intervir. De qualquer forma foi melhor assim para ser uma vitória à Sporting, sem espinhas, a não ser a que lhes ficou atravessada na garganta.

Na 2ª parte foi pior. Na expulsão de Pepe o homem levou uma eternidade para ver uma coisa tão clara que me custa perceber como é que ele não viu logo em tempo real. Parecia que não queria mesmo expulsar o capitão portista. Depois fechou os olhos às palmas do Taremi e desatou a mostrar amarelos por tudo e por nada aos jogadores do Sporting, arrumando dois para o jogo de Portimão, no caso de Morten Hjulmand sentindo a necessidade de justificar que ele estava a fazer muitas faltas, ele que fez apenas 3. 

Para fechar em beleza ainda conseguiram anular mais um golo ao Sporting, este de uma forma inexplicável, pois a pretensa falta de Daniel Bragança é no mínimo discutível, isto para não dizer que pura e simplesmente não existe, pelo que o VAR NUNCA poderia intervir naquele lance. Enfim, é caso para dizer que o Sporting só ganhou porque foi incomensuravelmente superior ao FC Porto.

Quanto ao jogo em si uma palavra para Rúben Amorim que ganhou a arriscada aposta de colocar Eduardo Quaresma no lado direito da defesa leonina, sendo premiado com uma grande exibição do "puto" que secou por completo o jogador mais perigoso dos portistas e não merecia que tivessem anulado aquele belo golo inteiramente construído por ele.

Duas notas máximas ainda para as enormes exibições de Morten Hjulmand que dominou por completo o meio campo e do demolidor Viktor Gyökeres que fez gato sapato de Pepe e cia, isto sem esquecer Matheus Reis que parece estar a subir de forma. Só foi pena que Marcus Edwards tenha estado num daqueles dias onde nem parece lá estar e que Pedro Gonçalves continue com pouca confiança no momento do remate.

Defensivamente a equipa esteve bem, de tal forma que António Adán apenas fez uma defesa digna desse nome, mas por vezes há que simplificar a saída de bola lá atrás, pois as poucas ocasiões em que o FC Porto conseguiu criar algum perigo, resultaram da desnecessária ligação do "complicómetro".

Esta justíssima vitória foi muito importante em termos anímicos, mas agora há que não dar baldas até ao final de Janeiro, num período em que o calendário não será muito exigente, mas em que o plantel vai sofrer algumas baixas, o que irá colocar vários problemas a Rúben Amorim.

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