Uma equipa estruturada


Depois da primeira derrota desta época apimentada por uma exibição dececionante, o Sporting ganhou ao Arouca e segurou a liderança do campeonato pelo menos até ao fim do mês, num jogo que foi um retrato fiel do futebol português em algumas das suas piores singularidades, que passo a elencar:

* O primeiro golo aconteceu por volta da meia hora de jogo, numa altura em que o guarda redes do Arouca já tinha feito cera nas reposições de bola em jogo, mais do que suficiente para levar um cartão amarelo, ou pelo menos um aviso, isto ao mesmo tempo que a sua equipa jogava com 9 defesas que quase não saiam do seu meio campo.

* O árbitro, que na minha opinião nem é dos piores, em vez de punir o atrás referido antijogo, resolveu começar a mostrar cartões por dá cá aquela palha, num jogo que nem estava a ser muito conflituoso. Depois é claro que se torna difícil manter o critério até ao fim e começam as incoerências.

* Julgo que em parte por estar condicionado pela conversa do segundo amarelo perdoado a Morten Hjulmand em Faro, o Nobre foi rápido a puxar do cartão para expulsar Ousmane Diomande, numa jogada em que este nem falta fez, mas em que o árbitro, que nem estava numa posição que lhe permitisse ver o que tinha acontecido, foi na fita do jogador do Arouca, que como dizia o outro até parecia ter levado com um pau.

Antijogo, arbitragens condicionadas e de má qualidade e jogadores desonestos, são o pão nosso de cada dia no futebol português, onde nem com o VAR vamos lá. E já agora por falar em VAR, mais uma vez ficou evidente que é preciso alargar o protocolo às situações de segundo amarelo, pelo menos para se evitarem as expulsões fabricadas por simulações.

No que diz respeito ao jogo propriamente dito, o Sporting teve dificuldades em ultrapassar o autocarro do Arouca, porque realmente não é fácil encontrar um buraco no meio de tanta gente plantada à frente da baliza, mas a equipa nunca entrou em desespero e acabou por chegar lá com Viktor Gyökeres a resolver. Depois da expulsão o golo do empate veio muito cedo, mas mais uma vez o Sporting não perdeu a cabeça, mantendo a sua identidade, embora com algumas oportunas correções para quem estava a jogar com 10 e teve de optar por uma linha de 4 defesas, deixando Viktor Gyökeres sozinho na frente, sem que a equipa perdesse acutilância, o que só é possível porque como Rúben Amorim disse, e muito bem, quando se tem um jogador que vale por dois, até dá para superar estas adversidades.

Depois de ultrapassado este ciclo apenas com um tropeção perfeitamente recuperável, temos mais uma paragem antes de um novo pacote de jogos que termina na Luz, onde convinha chegar na liderança do Campeonato, e já agora sair de lá na mesma posição, sendo que pelo meio há os dois jogos com o Rakow, que podem definir o apuramento para a fase seguinte da Liga Europa, sem esquecer o arranque das duas taças. Trata-se pois de um ciclo muito importante para manter esta embalagem e não abrir espaço a crises de confiança.

Comentários

  1. Boa noite António!
    Antes de mais gostava de congratulá-lo no seu trabalho/hobby que desempenha de forma exímia.
    Eu, como o senhor, também sou um aficionado por futebol e gostava de saber se podia conversar consigo sobre um ex-jogador do Sporting dos anos 50, um craque com o nome de Gervásio Oliveira.
    Obrigado, aguardo resposta.

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    1. Eu faço parte da Wiki Sporting e nesse âmbito fiz esta minibiografia do Gervásio Oliveira https://www.wikisporting.com/index.php?title=Gerv%C3%A1sio_Oliveira

      Se o Gonçalo quiser acrescentar alguma coisa pode contactar pelo e-mail wiki forumscp.com

      Obrigado

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    2. Enganei-me no endereço wiki@forumscp.com

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