O futebol que temos


Ainda só decorreram quatro jornadas e o campeonato português já está ao rubro pelo motivo do costume: a arbitragem, agora com a agravante dos falhanços do VAR e das excessivas compensações dadas pelos tempos perdidos, uma doença muita antiga no futebol português, onde o tempo útil de jogo sempre foi um problema.

Dizem os "comentadeiros" do reino da bola que este nervosismo todo deriva do facto dos prémios da Liga dos Campeões da próxima temporada terem engordado e de apenas um clube português ter lugar garantido nessa competição, mesmo que um segundo possa lá chegar depois de superar duas eliminatórias, o que deixa os três grandes num estado de grande ansiedade, que no caso do FC Porto será mais aflição do que outra coisa.

Para ajudar à festa o Conselho de Arbitragem resolveu divulgar os áudios das comunicações do VAR com as equipas de arbitragem em alguns jogos, foi interessante embora apenas no caso do penalti que o Narciso se recusou a assinalar no jogo Sporting-Famalicão, possa haver alguma discussão.

O Sr. João Ferreira diz que o árbitro decidiu bem e que o VAR não devia ter atuado naquele lance, mas isso vindo de um gajo que quando era árbitro não conseguiu ver a tristemente célebre mão do Rony, não será surpresa para ninguém.

De qualquer forma foi engraçado ouvir o VAR a explicar que o defesa tinha o braço levantado o que aumentava a volumetria e ainda mais interessante perceber a determinação do árbitro em não aceitar a recomendação, indo ao ponto de explicar que não havia nenhuma movimentação do braço na direção da bola, teoria aprovada pelo representante do CA, pelo que estou para ver o que vai acontecer daqui para a frente em casos semelhantes, recordando que já foram marcados muitos penáltis daqueles sem que ninguém os contestasse.

Entretanto depois do famoso caso das linhas mal colocadas e da bota branca do Paulinho, agora rebentou a bronca das tomadas que tiveram um apagão no Dragão, com o FCP agarrado ao telemóvel que o árbitro usou para corrigir um erro crasso, depois de mais um mergulho do jogador mais enganador que eu já alguma vez vi, que poucos minutos depois insistiu e lá levou a sua avante, mesmo que o guarda redes do Arouca tenha reposto a verdade desportiva depois do VAR de serviço não ter coragem para o fazer.

Agora parece que o CA reuniu de emergência com os árbitros para ver se acertam o passo, nomeadamente em relação aos tempos de compensação, uma questão que seria muito fácil de resolver se em vez de deixarem a coisa ao critério dos árbitros, o cronometro parasse só em determinadas situações, como acontece por exemplo no Andebol, mesmo que se em defesa da integridade física dos jogadores fosse necessário fosse necessário reduzir o tempo de jogo para 80 minutos.

Quanto aos mergulhos, no Dragão são escola, mas seria interessante que o CA se pronunciasse em relação a certos pequenos toques, porque tem de haver um critério uniforme para todos, que é coisa que não se vê, de tal forma que o pobre do Viktor Gyökeres já não sabe onde esconder os braços, ele que é um exemplo de como não se atirar para o chão por tudo e por nada, mas que já está a ser perseguido pelos defesas adversários como se viu em Braga, onde lhe tentaram sacar um segundo amarelo, num jogo em que o critério disciplinar do Godinho foi claramente tendencioso.

Enfim tendo em conta o que se tem visto, vamos ter uma época muito animada e pelas piores razões, é o futebol que temos.

 

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