O azar e as falhas do costume.


Tal como se esperava Arteta poupou alguns titulares, porque a prioridade para o Arsenal é o Campeonato que lideram e que já não ganham há quase 20 anos, isto para além de olharem para o Sporting e para o futebol português com alguma sobranceria.

Já Rúben Amorim parece ter aprendido as lições de jogos como os em que o Sporting foi goleado pelo Ajax e pelo City e pelo menos defensivamente a equipa esteve muito melhor, apresentando-se com dois defesas laterais, em vez de dois alas, e com os dois avançados interiores a ajudarem no meio campo, naquilo que foi mais um 5x4x1, do que o habitual 3x4x3.

No entanto, o recuo Pedro Gonçalves de para o meio campo, num jogo em que os médios estavam obrigados a correr mais atrás da bola, do que com ela, foi o ponto mais fraco de uma estratégia que no geral até resultou, pelo que a ausência de Hidemasa Morita no jogo de Londres, parece-me ainda mais preocupante do que o impedimento de Sebastián Coates, mesmo que seja verdade que o Capitão é o comandante da linha defensiva e o jogador mais forte no jogo aéreo.

No fim o empate aceita-se, mas o Sporting poderia ter ganho se Paulinho não tivesse falhado o 3-1 na cara de Turner e se aquela bola que bateu em Hidemasa Morita não se tivesse espetado fortuitamente na baliza de António Adán.

Há também que dizer que estivemos na presença de uma arbitragem à moda da UEFA, com o alemão a inclinar claramente o campo e um VAR que nestas competições serve de muito pouco. Assim torna-se ainda mais difícil, mas os jogadores também tem de perceber que o contexto destas competições é muito diferente daquele a que estão habituados em Portugal.

De resto a grande diferença entre as duas equipa esteve na intensidade, o que se foi tornando cada vez mais evidente à medida de que o tempo ia avançando. Eles estão habituados a jogar 90 minutos em ritmo acelerado, enquanto no campeonato português se joga devagarinho e parado, com equipas que praticamente só defendem, com cerca de 50 faltas por jogo e com jogadores a atirarem-se para o chão por tudo e por nada e a simularem lesões logo no principio dos jogos. Sendo assim, quando é preciso correr 90 minutos o pessoal estranha.

Agora, como disse e muito bem Rúben Amorim, é preciso é ganhar ao Boavista. Depois em Londres logo se vê. Se eles voltarem a facilitar um bocadito e numa noite de inspiração e de muito rigor defensivo, será possível voltar a surpreender a Europa como aconteceu naquela eliminatória do Xandão.

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