Uma jornada favorável


Esta foi uma jornada muito favorável ao Sporting, que ganhou pontos aos seus dois rivais diretos na luta pelos lugares de acesso à Liga dos Campeões, depois da surpreendente e polémica derrota do FC Porto no Dragão e do não menos discutido tropeção do Braga, em Guimarães.

Frente ao Estoril o Sporting fez o seu papel sem brilhantismo, num jogo típico do nosso campeonatozinho, com uma equipa plantada à frente da sua baliza na defesa do um zero a zero que dá um pontinho, abdicando praticamente de atacar, de tal forma que de acordo com os dados revelados apenas fez três remates durante um jogo onde esteve a perder desde o minuto 40.

O Sporting revelou as habituais dificuldades de penetração quando confrontado com estas defesas de duas linhas quase coladas uma à outra, e como o jogo aéreo é praticamente inexistente, a equipa fica muito dependente dos rasgos individuais dos seus jogadores mais talentosos e da capacidade dos seus alas em causarem desequilíbrios, isto numa altura em que já se percebeu que Héctor Bellerín não tem a vertigem nem a velocidade de Porro.

No entanto acabou por ser o espanhol a derrubar a muralha estorilista, aproveitando um ressalto para marcar já perto do fim de uma 1ª parte em que Francisco Trincão esteve simplesmente ausente, enquanto Marcus Edwards é o mais escarrapachado exemplo da bipolaridade deste Sporting, que perde muito com o recuo de Pedro Gonçalves para o meio campo e, que tem um Paulinho a precisar outra vez de ir ao psicólogo.

A 2ª parte começou com aquela pincelada genial de Francisco Trincão, que acabou com o jogo, perante a total incapacidade de reação do Estoril, pelo que daí para a frente foi só deixar rolar, mesmo que Youssef Chermiti se tenha esforçado para justificar a oportunidade.

O melhor do jogo para mim foi a resposta de Hidemasa Morita no lugar de médio mais recuado. Pena que não haja no plantel ninguém parecido com o japonês para jogar ao lado dele, principalmente no jogo com o Arsenal, onde eu vejo a entrada de mais um médio como a melhor solução para contrariar a superioridade dos ingleses, o que significaria o sacrifício de Paulinho, obrigando Pedro Gonçalves a desdobrar-se numa posição hibrida entre o terceiro médio e o espaço do ponta de lança.

Mas antes é preciso ganhar sábado em Portimão, num jogo decisivo e muito perigoso para o Sporting, que depois deste balão de oxigénio não pode repetir tropeções fatais como o da Madeira, onde a equipa entrou com a cabeça no importante jogo que vinha a seguir. 

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