Sem capacidade de reação


Num jogo em que as duas equipas precisavam de ganhar, foi o Sporting que mais fez por isso, com Rúben Amorim a arriscar várias alterações no seu onze, algumas por impedimentos, notando-se aqui especialmente a ausência de Hidemasa Morita que obrigou Pedro Gonçalves a recuar outra vez para o meio campo e Francisco Trincão a ir a jogo com algumas limitações, mas outras foram por opção, com destaque para a presença de Issahaku Fatawu na ala esquerda que foi explicada pelo treinador devido á necessidade de ter mais explosão para compensar a saída de Porro, pelo que a ideia inicial até era que o ganês jogasse na direita, mas a indisposição de Jeremiah St. Juste acabou por provocar uma alteração aos planos, com Nuno Santos a ser sacrificado e Héctor Bellerín a estrear-se no onze.

Apesar de todas estas condicionantes a equipa entrou bem no jogo, mas por diversas razões Rúben Amorim foi obrigado a mexer, no entanto não me parece que tenha sido por aí que o Sporting perdeu, pois na minha opinião os fatores determinantes para esta derrota foram o golo inaugural resultante de um ressalto fortuito que isolou Uribe, o que foi um violento revés ao qual o Sporting não se mostrou capaz de reagir, pelo menos durante uns bons 20 minutos em que a equipa não percebeu que perante o recuo das linhas portistas, não seria fácil entrar com o habitual futebol rendilhado que caracteriza o Sporting de Rúben Amorim.

Com dois pontas de lança em campo e perante a clara incapacidade de penetração na área portista, era obvio que a solução tinha de passar pelo jogo aéreo para o qual a equipa não esta rotinada, talvez por isso tenha demorado tanto tempo a ir por esse caminho, o que no entanto foi o suficiente para fazer tremer o FC Porto nos últimos minutos do jogo, de tal forma que o empate até poderia ter chegado nos últimos instantes, não fora a intervenção infeliz de António Adán a tirar a bola da cabeça de Ousmane Diomande. Mas definitivamente a sorte do jogo estava do lado dos portistas e quando é assim não há nada a fazer.

Notas positivas para Youssef Chermiti que voltou a marcar e até poderia ter feito mais e para os dois jogadores que vieram no mercado de inverno que parecem ser mais valias. Menos bem estiveram Pedro Gonçalves, que no meio campo não acrescenta e na frente faz muita falta, Francisco Trincão que ao que parece esteve adoentado pelo que provavelmente nem deveria ter jogado e, para Sebastián Coates que continua preso por arames, mas no fundo de quem se notou mesmo a falta foi de Hidemasa Morita.

Com esta derrota e a vitória do Braga na Madeira, a situação complicou-se ainda mais, pelo que agora só há um caminho para esta equipa, trabalhar muito e ganhar os jogos que faltam, porque o resto já não depende deles.


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