Que miséria

É verdade que não deve ser fácil jogar naquele areal, mas mesmo assim a exibição do Sporting ontem em Vila do Conde foi muito fraca para um candidato aos primeiros lugares da Liga portuguesa, a lembrar o que aconteceu na Madeira, com a mesma falta de intensidade e alguma displicência á mistura e em vésperas de um clássico. A única diferença esteve no resultado.

Foram muitas as vezes em que dei comigo a perguntar: mas o que é isto? tal a quantidade de passes errados e de más decisões, ao nível de um jogo de uma 3ª divisão qualquer, uma verdadeira miséria que pareceu ter contaminado toda a equipa, com exceção de Matheus Reis, que quiçá acossado pelos assobios, raramente falhou, tendo eu aqui de também poupar Youssef Chermiti, porque afinal ele é apenas um júnior e no fim foi ele que resolveu, de uma forma um pouco atabalhoada, mas resolveu.

A 1ª parte foi tão má que eu já só pedia que o intervalo chegasse rápido, mas nem o descanso fez bem á equipa e as alterações introduzidas por Rúben Amorim também não surtiram efeito, pois o banco é muito pobre. Mesmo assim, na 2ª parte o Sporting conseguiu pelo menos empurrar o Rio Ave lá para trás, mas faltou sempre profundidade e inspiração para entrar nas linhas defensivas vilacondenses.

Ricardo Esgaio não tem explosão para causar desequilíbrios e com ele a equipa fica como coxa, enquanto do outro lado Arthur Gomes não se está a adaptar às funções de ala, da mesma forma que Francisco Trincão dificilmente poderá funcionar nessa posição, pelo que num jogo em que apenas Pedro Gonçalves teve um rasgo individual quando atirou à barra, se torna muito difícil criar oportunidades de golo, quanto mais concretizá-las. Valeu um duplo erro dos vilacondenses que Youssef Chermiti aproveitou, ao contrário de Boateng, que na única vez que o Rio Ave chegou com perigo à baliza de António Adán, permitiu a defesa ao guardião leonino. Foi essa também a diferença, uma diferença mesmo de pormenor.

Atendendo ao que se tem visto não vai ser fácil a este Sporting chegar aos lugares de apuramento para a Liga dos Campeões, mas domingo é outro jogo, em que pelo menos motivação não há de faltar. Pode é faltar o resto.

Comentários