Os condicionalismos do costume


Recentemente escrevi aqui sobre a forma como os árbitros, principalmente os mais experientes, condicionam as equipas com os seus critérios disciplinares feitos à medida dos interesses dos dois clubes mais poderosos do nosso país e invariavelmente em prejuízo do Sporting, pelo o que aconteceu sábado em Leiria não me surpreendeu minimamente.

João Pinheiro entrou em campo condicionado e cheio de medo dos portistas e do seu treinador, que tem olhar de mau e que ainda recentemente o acusou de ser benfiquista, uma marca que lhe ficou dos famosos e-mails dos padres, pelo que o resultado foi que enquanto Manuel Ugarte aos 32 minutos já tinha visto o amarelo por uma falta inócua, logo a seguir foi perdoado um pisão a Octávio, um mergulho inacreditável a Pêpê, uma placagem à moda do râguebi a João Mário e transformou-se uma agressão de Wendel, num salomónico cartão amarelo para o agressor e para o agredido, para logo a seguir não se perdoar a imprudente cotovelada de Paulinho ao omnipresente Octávio. No fim faltou-lhe coragem para expulsar Matheus Reis, porque quem não se dá ao respeito não pode exigir o mesmo respeito. Da mesma forma que o VAR imbuído dos tais condicionalismos, também fechou os olhos a uma agressão de Mateo Tanlongo, imagine-se a quem, pois o jogo até já estava mesmo a acabar e também já seria demais.

Quanto ao jogo propriamente dito, o Sporting talvez tenha feito a melhor 1ª parte em clássicos desde que Rúben Amorim chegou a Alvalade, mas António Adán voltou a enterrar, enquanto Sebastián Coates parece estar em grandes dificuldades físicas. Para além disso o VAR e os postes também estiveram do lado dos portistas, mas isso faz parte. Depois, na 2ª parte o Sporting foi no jogo deles, deixando-se enredar pelas quezílias e todo o tipo de confusões em que os portistas são imbatíveis, porque sabem que tem a proteção dos árbitros, pelo que praticamente não houve jogo e depois da expulsão acabou-se.

Agora resta preparar a próxima época e tentar chegar pelo menos ao 3º lugar no Campeonato, o que não vai ser uma tarefa nada fácil.

Pior do que a derrota voltou a ser o que aconteceu nas bancadas, onde continua a reinar a impunidade e desta vez houve mesmo feridos. Gostava de saber o que é que as autoridades estão à espera para afastarem de vez esta gente dos estádios, onde as claques continuam a fazer tudo o que querem perante a complacência das polícias. Até quando? 

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