Uma arbitragem à portuguesa


Começo esta crónica por onde normalmente se termina: a arbitragem. Isto porque ao contrário do que a generalidade da crítica tem dito, não considero que Soares Dias tenha feito um bom trabalho e penso mesmo que acabou por condicionar o jogo de forma decisiva.

Este nem foi um jogo muito difícil de arbitrar, pois ao contrário do que às vezes acontece nestes "derbys" os jogadores não complicaram e até se portaram muito bem. Para além disso só houve um lance de difícil análise nas áreas e aí Soares Dias falhou, sendo salvo pelo VAR. Mesmo assim levou uma eternidade para ver o que toda a gente já tinha visto, parecendo estar com dúvidas, ou com pouca vontade de assumir o erro.

O problema foi que Soares Dias, como é habitual nos árbitros fraquinhos, usou um critério disciplinar muito apertado e nada coerente. Dos 7 amarelos que mostrou (5 a 2 para o Sporting), julgo que só o último se justificava, sendo de referir que terá deixado passar um pisão de Sebastián Coates a Ramos, e que quem merecia um grande cartão era o próprio Soares Dias, pelo inexplicável bloqueio que fez a Manuel Ugarte no lance do 1º golo. Mas se ele tivesse mantido o critério, pelo menos Otamendi tinha ido tomar banho mais cedo.

Ainda na passada 6ª feira eu tinha-me referido aqui à forma fácil como os árbitros mostram cartões aos jogadores do Sporting, deixando-os condicionados e obrigando o treinador a gerir a sua utilização e ontem isso foi mais uma vez visível quando Soares Dias amarelou Pedro Gonçalves ainda na 1ª parte e Manuel Ugarte aos 61m.

Na minha opinião o fator decisivo neste jogo e que impediu o Sporting de ganhar, foi a agressividade (no bom sentido) nas bolas divididas, que o Benfica ganhou quase sempre, principalmente quando conseguiu acelerar o jogo, o que aconteceu nos momentos que se seguiram aos golos do Sporting. Nessa altura vimos os benfiquistas a crescerem e os sportinguistas a encolherem-se com medo do árbitro, isto à exceção de Manuel Ugarte, que realmente é um monstro na entrega ao jogo, mas que ficou condicionado por um amarelo num lance em que nem falta fez.

No resto o Sporting teve períodos em que jogou de igual para igual, mostrando que as diferenças não são assim tão grandes como os 12 pontos de atraso indiciam, embora seja visível que falta banco, daí que Rúben Amorim não tenha podido refrescar o meio campo e que a equipa tenha acabado encolhida, o que também revela alguma falta de confiança que se compreende e que só se combate com vitórias.

Com este empate a situação tornou-se ainda mais complicada no que diz respeito aos lugares de acesso à Liga dos Campeões, numa altura em que se avizinham confrontos decisivos com o Braga e o Porto, sem esquecer a Taça da Liga e a Liga Europa. E é tudo já a seguir. 



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