Três momentos



O Sporting foi eliminado da Liga dos Campeões depois de um jogo mediano disputado com algum frenesim mas com pouca emoção e quase sem oportunidades de golo, e que ficou marcado por três momentos determinantes para o desfecho final.

O golo do Sporting surgiu no momento ideal, pois começava-se a perceber que quanto mais tempo passasse maior  seria a ansiedade da equipa que já era percetível e, até parecia que os alemães só estavam à espera do momento certo para desferirem o golpe fatal, que esse golo tornou mais distante.

A 2ª parte decorria a um ritmo morno quando aconteceu o penálti que virou o jogo, num lance onde Sebastián Coates foi anjinho. Se ele tivesse caído talvez ganhasse a falta. Assim no desequilíbrio acabou por tocar na bola com a mão, dando a oportunidade que o árbitro esperava para virar o jogo, como já se tinha visto quando transformou uma amarelo para Tuta num amarelo a Paulinho e como se veria mais tarde quando perdoou o segundo amarelo a Jakic. Nada que não estejamos habituados perante as equipa alemãs.

Depois do golo do empate, percebeu-se que o Sporting ia sofrer e não foi preciso muito tempo para o Eintracht dar a volta ao resultado, pois a equipa encolheu-se e nunca conseguiu ter bola, da mesma forma que também se percebeu que dificilmente o Sporting teria capacidade para chegar novamente à igualdade, como de facto não teve.

Valeu que em França o Marselha, na ânsia de chegar à qualificação, arriscou de mais e acabou por ser eliminado em cima do apito final, naquele que foi o momento de alguma redenção para um Sporting que está animicamente de rastos e a viver uma crise de confiança muito grande, pelo que nesta altura só nos resta esperar pela interrupção do Mundial, para que Rúben Amorim consiga limpar a cabeça aos seus rapazes.

Convenhamos que esta descida para a Liga Europa foi o melhor que poderia ter acontecido a este Sporting, que não tem nível para a Liga dos Campeões, onde passando aos oitavos de final se sujeitaria a uma humilhação. Talvez em Fevereiro já seja possível apresentar uma equipa com capacidade para fazer uma campanha europeia digna, que possa contribuir para os rankings de Portugal e do Clube na UEFA. Até lá é preciso fazer uma desintoxicação que vai ter as suas dificuldades e para a qual será fundamental que o grupo se una e vá buscar forças onde elas mais tem faltado. Trata-se acima de tudo de um trabalho a nível mental, sendo necessário recuperar o espirito do "jogo e jogo" e do "onde vai um vão todos". Esse é o grande desafio para o treinador, resta saber se ele ainda tem ânimo para tanto.



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