De Nazinho a Adán


Anteontem tinha escrito aqui que era fundamental que o Sporting saísse de Londres sem a sua confiança abalada, pois nesta altura parece-me que um dos principais problemas desta equipa passa por questões anímicas e nesse aspeto a equipa sobreviveu, com algum sofrimento, mas sobreviveu.

Era também fundamental não voltar a dar tiros nos pés, mas aí a coisa já não correu assim tão bem. O Sporting fez uma 1ª parte quase perfeita, controlando o jogo e tendo as melhores oportunidades, mas aquele cartão amarelo justamente mostrado a Sebastián Coates, não lembra a ninguém, muito menos a um jogador com a experiência do central uruguaio, que felizmente soube resguardar-se na 2ª parte, mas atendendo ao que aconteceu nos jogos com o Marselha, aquele gesto instintivo causou um arrepio na espinha a todos os Sportinguistas.

Depois do intervalo o Tottenham reagiu, mas o momento que poderia ter decidido jogo foi a saída de Nuno Santos, que é um dos jogadores em melhor forma nesta equipa, uma substituição que só faria sentido se houvesse algum impedimento físico e mesmo assim havendo Jeremiah St. Juste e José Marsà no banco, não se percebeu a opção por Flávio Nazinho.

O rapaz sentiu claramente o peso da responsabilidade e andou 13 minutos completamente à nora, obrigando Rúben Amorim a adiantá-lo no terreno, uma alteração que até poderia ter sido a chave do jogo, se Flávio Nazinho tivesse aproveitado uma das duas flagrantes oportunidades que teve para fazer o 0-2, mas definitivamente não era o dia do miúdo.

O Sporting acabou por sobreviver a esta substituição mal conseguida, muito graças a António Adán, que no entanto acabou por borrar a escrita no golo do empate com uma saída a destempo, isto numa altura em que os ingleses continuavam a pressionar, mesmo que a defesa já estivesse reconfigurada com a entrada de Jeremiah St. Juste e o desvio de Matheus Reis para o lado esquerdo.

Depois do empate o jogo tornou-se ainda mais emocionante e Issahaku Fatawu até poderia ter colocado o Sporting novamente na frente, mas Lloris não deixou. No entanto à beira do fim depois de uma precipitação de Pedro Porro, o infeliz Flávio Nazinho voltou a estar envolvido num lance que poderia ter sido decisivo, quando a bola lhe bateu e foi ter com Kane que a meteu na baliza. Valeu que o VAR considerou que não tinha sido um toque deliberado (e não foi), mas esta recente alteração à lei do fora de jogo já deu para muita coisa e só veio trazer mais confusão a esta questão dos foras de jogo.

Quem não gostou nada desta decisão foi António Conte, que no final do jogo estava furioso, defendendo que Kane estaria atrás da linha da bola, coisa que não foi visível nas imagens da transmissão, pelo que não entendo como se pode pôr em casa uma decisão do VAR num fora de jogo, nem porque é que a UEFA não disponibilizou as imagens que sustentaram o veredito final, matando esta discussão.

No fim podemos dizer que podia ter sido melhor, mas também podia ter sido pior. Assim, agora há uma final com o Frankfurt e tanto podemos acabar apurados, até mesmo no 1º lugar do grupo, como relegados para Liga Europa, ou, ingloriamente afastados das competições europeias desta época e a chorar aqueles 6 pontos oferecidos ao Marselha. 

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