O Sporting 2022/23

Quando questionado sobre a eventual contratação de Cristiano Ronaldo, Rúben Amorim afirmou que estava muito contente com os jogadores que tinha e que o que o fazia feliz era poder manter Matheus Nunes, apesar das aliciantes propostas feitas ao camisola 8 do Sporting.

É claro que o mercado só encerra daqui a um mês, mas está visto que se fosse pelo treinador do Sporting o plantel já estava fechado e era com estes que ele ia à luta, mesmo que muitas vozes clamem por mais um ou outro jogador, principalmente um homem de área.

Rúben Amorim preza a estabilidade e programou a época a contar com poucas mexidas e até agora tudo correu dentro do previsto, logo a começar pela contratação de Jeremiah St. Juste que vem ocupar a vaga de Feddal, esperemos que com vantagem, embora até agora o holandês ainda não tenha saído da enfermaria.

Mais difícil será a rendição de Sarabia, uma missão espinhosa para Francisco Trincão, a grande contratação da época, que por enquanto ainda não mostrou os atributos que lhe são atribuídos. O treinador acredita muito nele e está na hora de Trincão dar um passo em frente numa carreira que por enquanto não confirmou o muito que prometeu.

Na baliza Virgínia foi substituído por Franco Israel que subitamente se viu promovido a titular. Aparentemente os treinadores confiam no uruguaio que vai ter a grande oportunidade da sua carreira, mas trata-se de um guarda redes praticamente desconhecido que por agora é uma incógnita.

Sendo necessário fazer uma venda para equilibrar as contas, Palhinha era uma saída programada atendendo à idade do jogador. A sua substituição já estava a ser preparada desde a época passada com o progressivo lançamento de Manuel Ugarte, pelo que a contratação de Hidemasa Morita vem acima de tudo acrescentar um jogador com características muito diferentes daquele que foi o betão do meio campo leonino nas últimas duas épocas. No entanto a verdade é que o japonês tem sido uma agradável surpresa pelas boas exibições realizadas e parece-me um jogador para contar, principalmente atendendo à lesão de Daniel Bragança.

Rochinha foi o bónus inesperado, sobre o qual não há grandes expetativas. Vem apenas acrescentar mais uma solução ao banco, quando muito se fala na possível saída de Bruno Tabata, que nunca se afirmou como titular.

Depois há os miúdos com quem o treinador continua a contar e que nesta época terão seguramente mais oportunidades, ao mesmo tempo que vão rodando na Equipa B. Para já Issahaku FatawuMateus Fernandes e Youssef Chermiti parecem ter ganho um lugar no plantel principal, juntando-se aos outros que já por lá andavam.

Rúben Amorim sabe que até ao fim do mês o mercado ainda lhe pode pregar uma partida que ele não deseja e que obrigará o Sporting a ir às compras, o que será tanto mais complicado quanto mais perto estivermos do dia 31.

Provavelmente o treinador leonino também não enjeitaria a contratação de um ponta de lança que esteja disposto a fazer o papel secundário que Slimani recusou, mas isso não é uma prioridade, será antes de tudo uma questão de oportunidade.

Num balanço geral nesta altura não se pode dizer que o plantel deste ano esteja mais forte do que o da época passada, pelo menos enquanto os reforços não se assumirem como tal, embora se espere uma melhoria na defesa e haja a noção de que o ataque perdeu um jogador que foi só a grande figura da equipa na época passada, o que talvez só o "regresso" de Pedro Gonçalves possa resolver.

Parece-me que a mexida no meio campo não terá grande impacto, mas a lesão de António Adán pode ser um problema. De qualquer forma o treinador é um homem de convicções fortes e a equipa está montada, pelo que apenas nos resta acreditar nele e razões não nos faltam para isso. 

Comentários