Nem tudo está mal, mas já lá vão 8 pontos


Rúben Amorim tinha dito que ganhando ao Chaves ficava tudo bem, mas não seria bem assim, da mesma maneira que esta derrota não significa que esteja tudo mal. 

Comparando com o jogo com o Rio Ave, o Sporting até fez uma 1ª parte melhor, a diferença é que se  chegou ao intervalo com zero a zero, isto apesar da posse de bola ter sido 67/33, com 12/1 em remates e 6/0 em cantos, um volume de jogo atacante mais do que suficiente para o Sporting ter resolvido o jogo nos primeiros 45 minutos.

A 2ª parte parecia que ia trazer mais do mesmo, mas aos 10m o Chaves ameaçou pela primeira vez a baliza de António Adán e 5 minutos depois marcou mesmo, graças a um improvável remate de cabeça de fora da área. Mais 3 minutos e o 0-2 chegou num lance em que me parece muito discutível dizer-se que Hector não teve influência, pois mesmo que não tenha tocado na bola. fez-se a ela.

Com poucas soluções no banco, Rúben Amorim recorreu a Sebastián Coates para a posição de ponta de lança e recuou Francisco Trincão para a ala, mas a equipa não está trabalhada para o jogo aéreo e em vez de cruzamentos tivemos uma chuva de bolas bombeadas para a área, que foram sempre fáceis para o guardião flaviense. Depois o treinador do Sporting ainda tentou a sua sorte lançando um júnior, mas estava visto que não era o dia dele acertar nas substituições.

A verdade é que com sorte ou sem ela a equipa continua a sofrer muitos golos, mesmo que aquele remate de Vitória só resulte uma vez num milhão, mas de qualquer forma parece-me que chegou a altura de dar a titularidade a Jeremiah St. Juste, para ver se a defesa assenta. Na frente sem Pedro Porro a ala direita ficou coxa e com o recuo de Pedro Gonçalves a linha da frente ficou sem golos, com a agravante de não ter um ponta de lança. A equipa consegue chegar à linha muitas vezes, mas depois não há ninguém para finalizar.

É verdade que Rúben Amorim se pode queixar da venda de Matheus Nunes, mas a má experiência com Slimani não pode justificar a sua teimosia em não querer mais um avançado, que toda a gente vê que faz falta, uma utilidade que de resto foi visível nos poucos jogos que o argelino fez e que o próprio treinador chegou a reconhecer na altura. 

É evidente que agora não é fácil arranjar um avançado que esteja disposto a sujeitar-se ao banco e que ao mesmo tenha a qualidade necessária para ajudar a equipa, mas esse foi na minha opinião o maior erro na programação da época. Era necessário substituir Slimani.

Com o mercado a fechar não há muito mais a fazer do que ir à luta com o que temos, sabendo que neste momento a equipa não está propriamente muito confiante e o treinador já se encontra debaixo de fogo, enquanto os nossos rivais e os "brunecos" esfregam as mãos de contentes. A solução passa por começar a ganhar, mas vem aí o infernal ciclo de jogos da Liga dos Campeões.

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