Contra 12 é difícil

No final do clássico do Dragão Frederico Varandas criticou a arbitragem de João Pinheiro, o que me pareceu excessivo, pois nesse jogo, independentemente dos erros cometidos pelo árbitro, principalmente aquele primeiro cartão mostrado a Sebastián Coates, os jogadores dificultaram-lhe e muito a vida e foram os principais culpados do que aconteceu, isto para além de todo o ambiente de intimidação que como de costume se viveu naquele estádio.

Ontem em Alvalade a história foi diferente, pois tivemos um árbitro que inclinou o campo desde o primeiro minuto com uma dualidade de critérios gritante, quer no capítulo disciplinar em que o cartão amarelo mostrado a Paulinho é simplesmente inacreditável, isto comparando com outros lances ocorridos durante o jogo, quer nas faltinhas ao mínimo toque para um lado, enquanto ficavam por marcar outras claras, principalmente quando eram próximas da área portista, o que culminou com um cartão mostrado a Pedro Porro por pertença simulação já perto do fim do jogo, não fosse o Sebastián Coates tecê-las.

Para além disso há o lance decisivo do jogo, em que Pedro Porro é atingido na cara pelo braço do adversário, seguindo-se uma bola dividida que acaba em penalti, quando deveria ter sido marcada falta a favor do Sporting. Reconheço que é um lance discutível em que o VAR não tinha de se meter, a não ser que esse VAR fosse um tal de Soares Dias no jogo com o Porto do campeonato da época passada. Enfim nada a que não estejamos habituados.

Quanto ao jogo em si, sabendo-se que esta é uma eliminatória a duas mãos era previsível que as equipas atuassem com algumas cautelas como de facto se verificou, embora com o passar dos minutos o Sporting tenha começado a impor o seu futebol e a criar algum perigo junto da baliza portista, enquanto o FC Porto era completamente inofensivo e assim foi até ao intervalo.

O magnifico golo de Pablo Sarabia provocou a imediata reação dos portistas, mas foi Soares Dias quem empatou e a partir daí o Sporting desmoronou-se. As alterações introduzidas por Rúben Amorim não resultaram, com Marcus Edwards a mostrar porque é que não foi titular na Madeira e a opção por uma defesa a quatro com Pablo Sarabia mais recuado, confundiu por completo a equipa que daí para a frente jogou mais com o coração do que com a cabeça, revelando algum desgaste físico a confirmar que o plantel é curto.

Sebastián Coates até poderia ter empatado à beira do fim, mas a verdade é que foi o FC Porto que esteve mais perto do 1-3, do que o Sporting do 2-2 e agora não é impossível, mas tal como no Campeonato, está muito complicado. Resta-nos aguentar até a interrupção para as seleções, que será muito bem vinda e evitar um massacre em Manchester. Depois em Abril logo se vê o que ainda se pode fazer.

Uma palavra final para a vergonhosa atuação das claques. Não compreendo como é que não se acaba com isto de uma vez por todas. Estes criminosos continuam a gozar com tudo e todos enquanto os clubes que dizem apoiar pagam as multas. É criminalizar a sério este tipo de crimes e prender os responsáveis sem dó nem piedade, mas em vez disso o poder político até já recuou no tal cartão do adeptos, que por mais defeitos que tivesse sempre era alguma coisa. Nisso tiro o chapéu a Varandas, foi o único que não teve medo deles, mas sozinho nunca vai conseguir acabar com isto.





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