3x5x2

Pela primeira vez desde que Rúben Amorim chegou ao comando do futebol leonino, o Sporting não se apresentou no início de um jogo no 3x4x3 que já é a imagem de marca de uma equipa de autor, que desta vez optou por um 3x5x2 com uma dupla de pontas de lança apoiados por Daniel Bragança na meia direita e Matheus Nunes na meia esquerda, uma alteração resultante dos inúmeros impedimentos de alguns titulares, mas também do facto de provavelmente Marcus Edwards ainda não estar pronto para entrar no onze.

É verdade que principalmente Daniel Bragança e Paulinho mostraram algumas dificuldades de adaptação aos novos posicionamentos, mas não me parece que tenha sido por isso que o Sporting não ganhou, pois o domínio dos Leões foi total, mesmo que tenha havido ali um período no início da 2ª parte em que as coisas não estavam a sair, pelo que a mudança para o 3x4x3 operada com a entrada de Ruben Vinagre, pareceu-me tardia.

Independentemente de tudo isto, a verdade é que oportunidades de golo não faltaram, mas Islam Slimani, Paulinho e Sebastián Coates, que acabou a ponta de lança, não conseguiram acertar na baliza e a bola também não quis entrar naquele remate de Pedro Porro, isto sem esquecer que o golo do Marítimo resultou de uma oferta inacreditável de Nuno Santos, que daí para a frente nunca mais conseguiu atinar com o jogo, deixando a ala esquerda coxa.

Agora o que não faltam são explanações táticas sobre as alterações introduzidas por Rúben Amorim, mas na verdade o que faltou foi a bola entrar na baliza, porque de resto a equipa fez mais do que o suficiente para ganhar, mesmo que já se note um certo desgaste físico da parte de alguns jogadores, até porque o plantel é curto e alguns dos jovens que tem vindo a ser lançados ainda estão muito verdes, mas é só olhar para o banco e ver que para além dos dois que entraram, estavam lá dois guarda redes, dois defesas e um miúdo de 16 anos. Não havia muito que inventar.

Valeu que o FC Porto não aproveitou a escorregadela, mas cada jornada que passa as contas ficam mais apertadas e neste momento a margem de erro é nula, pelo que até ao "derby" a única opção será ganhar esses cinco jogos, para então se fazerem novas contas.

Para já segue-se a Taça, numa altura em que os ânimos ainda estão bem quentes depois do que aconteceu no Dragão. Pela minha parte só espero que os Sportinguistas deem uma resposta à Sporting e que não haja tolerância para quem prevaricar, dentro e fora do campo e seja de que lado for, no entanto o nome do árbitro escolhido não é um bom indicador.