Há VAR e var



Sábado em Alvalade tivemos duas equipas com duas caras. Na 1ª parte o Sporting foi uma equipa personalizada que jogou de uma forma paciente e que bem poderia ter arrumado logo ali a questão frente a um braguinha defensivo, que nada teve a ver com aquela equipa atrevida das últimas temporadas. Mesmo assim se não fosse o VAR a corrigir um erro clamoroso do fiscal de linha, tínhamos chegado ao intervalo com um injusto zero a zero.

Mas o que o VAR deu, o VAR tirou, ao intervir numa jogada que poderá ser considerada de interpretação, mas que João Pinheiro considerou indiscutível, o que me leva a questionar os critérios utilizados no futebol português no que diz respeito à vídeo arbitragem, que tem variado entre as intervenções injustificáveis e a falta de coragem para corrigir alguns erros, em nome da defesa das decisões tomadas em campo. Tem de haver critérios claros e não pode ser  conforme a cara do freguês.

Sobre o lance em discussão não há duvida de que há um contacto, mesmo que fortuito, que o jogador do Braga aproveita para tentar ganhar a falta. É uma daquelas jogadas que habitualmente os árbitros marcam quando é fora da área, mas que deixam passar dentro da área, em nome da doutrina que defende que não se devem transformar faltinhas em penaltis, mesmo que neste caso o critério de Hugo Miguel tenha sido o de apitar ao mínimo toque.

A verdade é que tal como Rúben Amorim disse, tudo mudou depois do empate, com o Braga a ganhar coragem e confiança, enquanto o Sporting revelava alguma ansiedade e acima de tudo falhava nos momentos cruciais, principalmente quando Paulinho podia ter feito o 2-1 logo a seguir ao empate, ou quando Pedro Gonçalves perdeu uma oportunidade que não costuma desperdiçar, à qual se seguiu uma brincadeira de Gonçalo Inácio que saiu cara, numa altura em que Rúben Amorim já tinha arriscado tudo o que havia para arriscar, porque tal como Sebastián Coates afirmou no final do jogo, esta equipa tem a sua forma de jogar e nunca vai deixar de tentar fazer o seu jogo.

Com esta derrota a situação fica muito mais complicada, porque o FCP não costuma dar baldas e agora a Taça da Liga passa a ter outra importância em termos anímicos, quando Fevereiro está aí à porta e trás alguns jogos de elevado grau de dificuldade, que podem decidir muita coisa. Vamos a ver como é que a  equipa aguenta estes balanços, sabendo-se que não se pode ganhar sempre e que do outro lado estão adversários com valor e mais meios.

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