Sem Coates nem desculpas

Estas pequenas crónicas que eu aqui vou escrevendo semanalmente, são cada vez mais inspiradas nas conferências de imprensa de Rúben Amorim, que se tornaram num verdadeiro manual de como bem comunicar e que retratam fielmente não só os jogos, mas também todas as suas envolventes.

No final do "derby" de sexta-feira o treinador do Sporting voltou a ser brilhante principalmente quando afirmou que os seus rapazes não param de de o surpreender e, realmente a verdade é que ninguém esperava que uma equipa que se viu subitamente amputada dos dois grandes pilares da sua estrutura defensiva e que ainda por cima perdeu um dos seus defesas logo no início da 2ª parte, se ia apresentar na Luz sem complexos, nem tremedeiras para ganhar de forma clara e categórica.

Sem Sebastián CoatesGonçalo Inácio e foi muito bem secundado por Luís Neto, enquanto Manuel Ugarte também se safou muito bem no lugar de João Palhinha e até Ricardo Esgaio entrou muito bem quando Zouhair Feddal se lesionou.

É verdade que toda a gente respondeu bem, mostrando que este grupo é realmente muito forte e unido, mas como Rúben Amorim disse e muito bem, se a coisa tivesse corrido mal estaríamos todos a dizer que faltavam centrais a este plantel, mas a verdade é que mesmo tendo corrido muito bem eu continuo a dizer que um central de categoria indiscutível daria muito jeito. De resto os próximos jogos poderão pôr a nu essas debilidades, já a começar por Amesterdão, mesmo que os dois Clubes já estejam apurados.

Vamos pois aguardar com calma e sem euforias o que aí vem, mesmo nos jogos das Taças com clubes da 2ª Liga, pois conforme Rúben Amorim alertou é fundamental manter a concentração e a intensidade, principalmente nesta altura em que toda a gente vai passar a mão no pelo dos jogadores. Eles merecem os elogios, mas é preciso manter o foco e perceber as dificuldades que aí vem.

Quanto ao jogo da Luz, quando o árbitro apitou pela primeira vez e os jogadores do Sporting desataram a correr em direção da baliza adversária, percebi logo que os craques do outro lado não iam ter vida fácil, mas confesso que nunca imaginei que iam levar aquele verdadeiro amasso que foi a 1ª parte, onde tudo poderia ter ficado resolvido, mesmo que o senhor do apito tudo tem feito para travar o ímpeto leonino.

Também é verdade que depois da lesão de Zouhair Feddal houve ali um período em que se anunciava o empate e que nessa altura o Sporting foi feliz ao fazer o 0-2 num momento em que começava a ter algumas dificuldades, mas essa foi a altura em que Matheus Nunes explicou a quem ainda não tivesse percebido porque é que Rúben Amorim não fez muita força para ficar com João Mário, enquanto Paulinho voltava a fazer não só aquilo que sempre tem feito e que é o que o treinador espera dele, mas também a marcar um golo decisivo que o confirma como o homem dos grandes momentos, mesmo que nunca vá ser o goleador com o qual muitos continuam a sonhar.

Foi uma grande e convincente vitória que nos moraliza a todos, mas repito o que escrevi lá atrás, temos seis jogos até ao fim do ano onde não se pode facilitar minimamente. Nós acreditamos.

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